A tão sonhada ponte ligando Epitaciolândia a Brasileia vai começar a ser construída. A licença ambiental, última etapa burocrática que faltava, foi liberada hoje (18) pelo diretor-presidente do IMAC André Hassem e entregue ao prefeito de Epitaciolândia, Sérgio Lopes. Segundo a prefeitura em contato com a empresa responsável, as obras devem iniciar já em julho, aproveitando o período da estiagem para lançar as fundações, especialmente as que ficarão dentro do leito do rio, uma etapa bastante importante no projeto.
A nova estrutura será de concreto e alvenaria, com 10 metros de largura, com passarela para pedestres nas laterais e duas pistas de tráfego. A expectativa é de que a obra melhore de forma definitiva a trafegabilidade entre as duas cidades acreanas e consecutivamente a capital de Pando, Cobija, na Bolívia, facilitando o transporte de mercadorias, o deslocamento dos moradores e o escoamento da produção rural da região.
Articulação política que fez a diferença
O prefeito Sérgio Lopes fez questão de lembrar em entrevista ao Portal Acre Mais o caminho difícil até a liberação para a obra. Ele contou que tudo começou com uma articulação envolvendo o então vice-governador Wherles Rocha e a ex-deputada Mara Rocha. Rocha desafiou Lopes de construir a ponte. Um dos maiores entraves foi o parecer negativo da Marinha do Brasil para o DNIT. Sérgio, no entanto, buscou diálogo, conseguiu uma nova vistoria e o aval para a construção.
Além disso, houve o apoio do então ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, que repassou o trecho da BR-317 para a responsabilidade de execução local. “Alguns duvidaram, mas fomos vencendo etapa por etapa. Hoje posso dizer que o sonho vai sair do papel”, declarou o prefeito.
Mais facilidade para quem vive na fronteira
A ligação direta vai representar um ganho social imenso no Alto Acre, o que deve influenciar na vida de quase 100 mil habitantes quando se considera as três cidades (Epitacilândia, Brasiléia e Cobija). Hoje, quem precisa atravessar Epitacilândia/Brasiléia o rio depende de uma ponte velha construída em 1980, ou ter que dar voltas por trechos mais distantes ligando inclusive em Cobija. Com a nova ponte, a sociedade e os produtores rurais vão economizar tempo e dinheiro no transporte.
Além disso, os moradores das duas cidades terão acesso mais rápido a serviços de saúde, escolas e ao comércio local, que deve ganhar fôlego com o aumento no fluxo de pessoas e mercadorias. Essa é uma vitória importante para o desenvolvimento social da fronteira acreana.
Geração de emprego e renda
A construção da ponte também vai movimentar a economia da região com a criação de empregos diretos e indiretos. Desde a fase inicial das obras, com a preparação do solo, até a parte estrutural, a expectativa é de que pedreiros, serventes, operadores de máquinas e motoristas sejam contratados.
O comércio de materiais de construção, alimentação e outros serviços também deve sentir os efeitos positivos. O setor de transporte e frete devem se prepara para atender à demanda que vem junto com a obra.
Importância estratégica para a fronteira
A nova ponte não é apenas uma obra de mobilidade. Ela terá papel estratégico para o Acre, facilitando o comércio com a Bolívia e fortalecendo o corredor de exportação da produção rural local. A estrutura também representa um avanço no desenvolvimento da fronteira, que por muito tempo sofreu com o isolamento e a falta de investimentos em infraestrutura.