GERAL
Apagão deixa municípios do Acre sem energia após falha em subestação no Paraná
O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) confirmou que um apagão de grandes proporções atingiu o país na madrugada desta terça-feira (14), às 0h32, afetando todos os subsistemas do Sistema Interligado Nacional (SIN). A ocorrência, causada por um incêndio em um reator na Subestação de Bateias, no Paraná, provocou a interrupção de cerca de 10 mil megawatts de carga, atingindo as regiões Sul, Sudeste/Centro-Oeste, Nordeste e Norte. No momento da falha, a região Sul exportava aproximadamente 5 mil MW para o Sudeste.
De acordo com o ONS, a falha provocou o desligamento total da subestação de 500 kV e a abertura da interligação entre as regiões, gerando cortes automáticos de energia em todo o país. No Sul, a perda foi de cerca de 1.600 MW, no Nordeste de 1.900 MW, no Norte de 1.600 MW e no Sudeste/Centro-Oeste de 4.800 MW. No Acre, o apagão deixou diversos municípios sem energia, incluindo Rio Branco, Cruzeiro do Sul, Rodrigues Alves, Mâncio Lima, Epitaciolândia, Sena Madureira, Feijó, Tarauacá, Manoel Urbano, Acrelândia e Assis Brasil.
A Energisa Acre informou que o problema não teve relação direta com a rede local, mas com o SIN, e que o fornecimento foi restabelecido gradualmente conforme orientação do ONS. Segundo o órgão, as cargas das regiões Norte, Nordeste e Sudeste/Centro-Oeste foram recompostas em até 1h30, enquanto o sistema do Sul foi totalmente normalizado cerca de 2h30 após o início da ocorrência.
O ONS anunciou que uma reunião com os principais agentes do setor elétrico será realizada ainda hoje para apurar responsabilidades e avaliar os danos. Até sexta-feira (17), deve ser concluído o Relatório de Análise da Perturbação (RAP), documento que detalhará as causas e os desdobramentos do apagão.
O incêndio na subestação de Bateias, segundo informações preliminares, teria sido o ponto de origem da pane que afetou em cadeia o sistema elétrico nacional. O episódio expõe a vulnerabilidade das conexões entre regiões e reforça a necessidade de investimentos em segurança, manutenção e diversificação das rotas de transmissão, especialmente em áreas remotas como o Acre, onde a dependência do SIN é total.
Durante as horas sem energia, serviços essenciais como hospitais, telecomunicações e abastecimento de água operaram com restrições em alguns municípios acreanos, até a normalização do sistema. A Energisa e o governo do Estado aguardam o relatório do ONS para definir eventuais medidas preventivas e cobrar responsabilidades pelo apagão.