POLÍTICA
Cidadania desiste de federação com o PSDB e inicia tratativa com outras siglas para seguir ‘vivo’ eleitoralmente
O diretório nacional do Cidadania anunciou neste domingo (16) que vai deixar a federação partidária formada com o PSDB. A decisão foi tomada após votação entre os dirigentes do partido em Brasília. Antes disso, a executiva nacional do Cidadania já havia aprovado, no dia 19 de fevereiro, a saída da federação. As informações são do g1.
Comte Bittencourt, presidente nacional do Cidadania, afirmou que o partido intensificará as negociações com outras legendas para formar novas alianças políticas. No entanto, ele destacou que a ruptura com o PSDB só será formalizada no ano que vem, uma vez que a legislação eleitoral exige que as federações partidárias permaneçam juntas por no mínimo quatro anos.
A saída antecipada da federação pode acarretar consequências significativas para o Cidadania. Segundo a legislação, o descumprimento da regra de permanência mínima de quatro anos pode impedir o partido de formar novas federações ou coligações nas eleições majoritárias, além de bloquear o acesso a repasses do fundo partidário, uma verba pública destinada ao financiamento das siglas.
A federação entre PSDB e Cidadania foi formalizada em maio de 2022, com o objetivo de fortalecer as duas siglas frente à cláusula de barreira, que limita o acesso a recursos públicos e tempo de propaganda eleitoral para partidos com baixo desempenho nas urnas. Porém, essa aliança nunca foi consensual dentro das duas siglas, especialmente no Cidadania, onde a negociação gerou divisões internas e discussões sobre a direção que o partido deveria seguir.
Federação nunca foi unanimidade – Em 2022, apesar das divergências internas, PSDB e Cidadania apoiaram a candidatura de Simone Tebet (MDB) à Presidência. No entanto, a aliança não obteve sucesso, e os partidos conseguiram eleger 18 deputados federais, superando a cláusula de desempenho. As divergências entre as duas siglas se intensificaram nas eleições municipais, onde as visões divergentes sobre estratégias eleitorais e candidaturas provocaram atritos, especialmente em algumas cidades.
Segundo dirigentes do Cidadania, o partido se sentiu “asfixiado” pelo PSDB em diversas disputas. A crítica central é que as regras internas da federação, que davam maior protagonismo ao PSDB, reduziram a capacidade de decisão do Cidadania sobre as estratégias eleitorais e a escolha de candidatos.