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“Estamos fazendo Tarauacá voltar a sorrir”, diz prefeito Rodrigo Damasceno, comprometendo-se em criar oportunidades de trabalho

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Jorge Natal, especial para o AcreNews

Nascida na confluência de dois belíssimos rios, e conhecida pela beleza exuberante e sua população acolhedora, Tarauacá, que completou 112 anos na última quinta-feira (24), já foi um dos municípios mais prósperos do Acre. Hoje é um dos lugares onde mais se ressente de uma representação proativa e consequente.

Parte dessa localidade é alagada e, só neste ano, o fenômeno aconteceu duas vezes. Isso causa prejuízos e transtornos para milhares de pessoas, que não possuem moradia digna. Além desse e de outros problemas estruturais, amarga um dos piores Índices de Desenvolvimento Humano (IDH), ou seja, a metade de sua população está abaixo da linha da pobreza. Sem contar que a cidade parecia ter sido bombardeada e boa parte da população vivia com a sensação de quem teve até a esperança roubada.

Se não, vejamos: ruas escuras e esburacadas; enlameadas em um período do ano e empoeiradas em outro; ausência de calçadas e pouquíssimas ciclovias; trânsito caótico; poluição sonora e visual; violência que já se estendeu ao campo; altos índices de consumo e tráfico de drogas; desemprego e desalento, esgoto a céu aberto; ramais intrafegáveis; e falta d’água. Retrato do caos, essa cidade complexa é negligenciada há décadas.

Mas agora isso parece fazer parte do passado. Uma nova forma de governar desponta com o prefeito Rodrigo Damasceno (Progressistas), de 41 anos, que voltou ao cargo em janeiro deste ano. Depois de colocar os serviços essenciais para funcionar plenamente, fazer saneamentos financeiros, inverter prioridades e firmar parcerias com o governo estadual, ele quer quebrar um paradigma: fomentar a criação de oportunidades de trabalho. Em seu gabinete, ele recebeu a nossa reportagem. Veja a entrevista:

Acre News – Quem é o Rodrigo Damasceno? Quais são as suas origens?

Rodrigo Damasceno – Eu sou o Rodrigo Damasceno Catão, médico, e filho da Francisca Soares Damasceno, a Bebé, e do Ilton Lessa Carvalho Catão, já falecido. Eu sou uma pessoa que acorda cedo e dorme tarde, porque gosto de trabalhar, mas também gosto de conversar e abraçar as pessoas. No período de oito anos que fiquei longe da política, fiz duas especializações e outra residência, além de todo mês viajar para São Paulo para acompanhar os avanços da minha profissão. Eu procuro ser essa pessoa humana. Sou pai, filho, médico e estou prefeito. Eu acordo todo dia querendo fazer o bem para as pessoas.

Acre News – Como e por que o senhor se formou em Medicina?

Rodrigo Damasceno – Com 13 anos de idade, eu fui morar em Belém (PA) onde eu terminei o ensino fundamental e o médio. Com 16 anos, entrei no curso de Medicina da Universidade Estadual do Pará, que era o vestibular mais concorrido da região norte. Com 22 anos, eu já era médico. Fiz minha residência lá mesmo e sou ginecologista-obstetra. Depois disso, voltei para Tarauacá e sou, até hoje, o único profissional que tem essa especialidade e mora no município. Quando cheguei aqui, tive dificuldades. Mas comecei a fazer um trabalho social e houve incômodos, inclusive fui transferido para Cruzeiro do Sul. Eu sou médico por vocação e gosto de cuidar de pessoas.

 

“Eu acordo todos os dias querendo fazer o bem para as pessoas”

Acre News – Quando o senhor foi candidato pela primeira vez, em 2012, disse que era um chamado. Comente sobre isso…

Rodrigo Damasceno – Como médico, acho que faço um bom trabalho. Eu tenho a minha ação solidária e em toda alagação estou presente. Mas, como prefeito, posso ajudar bem mais. E foi por causa disso que entrei para a boa política. Quando as pessoas de bem não fazem isso, os mal-intencionados ocupam os espaços de poder. Eu continuo chamando pessoas de bem para entrar para a vida pública. Os que não gostam de política serão governados por aqueles que gostam. Eu não ganho como prefeito e o meu salário é de médico. Nas últimas eleições, quando eu não fui candidato, vi que Tarauacá deixou de evoluir. O único município que não reelegeu o candidato à prefeitura foi aqui. Isso foi um grande abraço que a população me deu. Estou muito feliz.

Acre News – Como o senhor avalia o seu primeiro mandato?

Rodrigo Damasceno – Quando alguém se candidata, tem-se a falsa impressão de que se pode transformar tudo e de qualquer jeito. No primeiro mandato, eu não tinha nenhuma experiência administrativa. E tive que aprender, e há coisas que não faço mais. Mas, muito antes de terminar o mandato, eu fui me aperfeiçoando. A prova disso foi que, proporcionalmente falando, fizemos o maior investimento entre todos os municípios acreanos. Nós dobramos o orçamento e, em valores reais, só perdemos para Rio Branco, passando Cruzeiro do Sul e Sena Madureira, em se tratando de investimentos.

Acre News – Por que a população lhe deu uma votação expressiva nas últimas eleições?

Rodrigo Damasceno – Acredito que isso aconteceu pelo fato de eu ser médico, um legítimo filho da terra e por ter sido um bom gestor. Um pouco de cada um que gera muito de tudo. Em 2021 eu estava atendendo na alagação, que foi a maior da história, e alguém tirou uma foto que correu o Brasil. Só para encurtar a história, o Luciano Huck a reproduziu e o Fantástico me entrevistou aqui na cidade. Tarauacá ganhou destaque nacional e vieram muitos recursos por causa disso. Isso aconteceu fora da política. Agora pouco, passamos por duas alagações e eu estava lá como prefeito e médico. Eu disse que Tarauacá tinha que voltar a sorrir. Num tempo remoto, a nossa cidade era conhecida como a princesinha do Acre. Só para citar alguns exemplos, eu herdei o principal ginásio e o estádio fechados.

Acre News – Como o senhor avalia esses primeiros meses de administração?

Rodrigo Damasceno – Estamos arrumando uma casa, que estava bagunçada. Só para se ter uma ideia, foi preciso quatro viagens de caçamba para retirar o entulho que estava dentro do ginásio. Chovia dentro da prefeitura. Esses meses iniciais foram de preparação. Tirando essas duas alegações, que não estavam nos nossos planos, estamos com um planejamento e uma agenda para cumprir, assim que começar o verão. Ah, ainda resgatamos o carnaval, que não existia há seis anos. Fizemos também uma grande limpeza na cidade, bem como a operação tapa-buraco. Enfim, temos R$ 2 milhões de recursos próprios, além do que virá de parcerias e emendas parlamentares. Herdamos a prefeitura com setenta convênios abertos, no valor de R$130 milhões, que a gestão anterior não teve condições de administrar. Quero destacar que tudo, absolutamente tudo que está acontecendo, é por causa da ajuda do governador Gladson Cameli. Somos extremamente gratos a ele.

Acre News – É possível fazer política com ética?

Rodrigo Damasceno – A política no Brasil, infelizmente, virou sinônimo de coisa ruim. Bom ou ruim, o gestor foi eleito pela população. O bom político é o que faz gestão, é o que faz a cidade florescer. A população precisa criar consciência de que é ela é a responsável pelos políticos que aí estão. A meu ver, na hora que termina a eleição, precisa-se desmontar todos os palanques e levantar a bandeira de Tarauacá. Eu estou prefeito de todo o município e de toda a população.

“Não podemos plantar soja e milho em larga escala, mas podemos plantar café”

 

Acre News – O Acre está vivendo um novo momento no campo econômico, destacadamente na parte leste do estado, onde ficam os municípios às margens da BR 317. Como Tarauacá pode entrar na rota do desenvolvimento?

Rodrigo Damasceno – O secretário de Planejamento, Ricardo Brandão, disse que 84% do nosso PIB está naquela localidade. Trata-se de uma região plana onde é possível fazer a agricultura mecanizada. A maioria da nossa população está desempregada, dependendo do Programa Bolsa Família. Temos que pensar um desenvolvimento adequado à nossa região, que tem uma topografia acidentada. Não podemos plantar soja e milho em larga escala, mas podemos plantar café. A banana daqui está indo para Porto Velho e de lá ganhando o Brasil. Com todo respeito à farinha de Cruzeiro do Sul, mas a nossa é também de qualidade e produzimos em grande volume. Temos um frigorífico que está sendo reativado, através de uma multinacional. Com o estudo e a organização das cadeias produtivas vocacionais, podemos estimular a criação de agroindústrias. Tenho que incentivar a produção e desbravar mercados. O nosso maior desafio, e compromisso, é estimular a criação de empregos.

Acre News – O Progressistas do Acre é o maior do país, proporcionalmente falando. O que ou a quem o senhor atribui esse fenômeno?

Rodrigo Damasceno – Eu acredito que o fator, o ponto fora da curva, é o governador Gladson Cameli. Ele é um político para ser estudado. É um ser humano incrível, amável, afável e isso ajuda muito a nos aproximar de outras pessoas. É o principal responsável pelo crescimento vertiginoso do nosso partido. Obviamente que existem outros fatores: eu não ganhei a eleição sozinho, portanto, houve outros partidos que nos ajudaram. Hoje o prefeito, a vice-prefeita, o presidente da Câmara de Vereadores e provavelmente a nossa líder no parlamento são todos do Progressistas. Mas sem a união, a compreensão e o apoio da demais legendas jamais teríamos chegado a isso. Nós não somos grandes fazendo os outros pequenos. A nossa grandeza é saber agregar. Sabe o que precisamos? De gestos de generosidade e um coração bom.

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