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Santa Catarina virou o Eldorado brasileiro para pessoas de todos os Estados da federação; veja o porque, segundo o IBGE

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Estado recebeu 503.580 imigrantes interestaduais entre 2017 e 2022. Especialista explica que posição de destaque está relacionada a condições “extremamente atrativas”.

Por g1

Por que SC se tornou o principal destino de migrantes no país? Entenda

Estado recebeu 503.580 imigrantes interestaduais entre 2017 e 2022. Especialista explica que posição de destaque está relacionada a condições “extremamente atrativas”.

Santa Catarina se tornou o principal destino de migrantes no país. O estado recebeu 503.580 novos moradores de outras unidades da federação entre 2017 e 2022, segundo dados do Censo 2022 divulgados pelo IBGE na sexta-feira (27).

 

Essa movimentação resultou em um aumento de 4,66% da população total, a maior taxa de crescimento por migração no Brasil no período.

 

💼 O professor da UFSC Lauro Francisco Mattei, especialista em políticas públicas e doutor em ciência econômicas, destaca que essa posição de destaque está relacionada a condições “extremamente atrativas”, principalmente no mercado de trabalho. Ele destaca três características presentes no estado:

Baixo nível de desemprego;

Alto índice de formalidade em relações contratuais;

Nível de renda média pessoal e familiar superior à média do Brasil.

“Esses três elementos conjugados explicam aquilo que a gente chama de fatores de atratividade da mão de obra que levam as pessoas a imigrar. Quer dizer, um bom mercado de trabalho, um bom nível de emprego e um bom nível de salário”, explica.

Dados divulgados em maio pelo IBGE, e que integram a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD Contínua), mostram que Santa Catarina voltou a ter a menor taxa de desemprego do país no início de 2025, após fechar o ano passado na segunda posição.

O estado concluiu o 1º trimestre com somente 3% da força de trabalho acima de 14 anos fora do mercado, o equivalente a 128 mil pessoas, número bem abaixo da média nacional, fixada em 7%

➡️ Mas outros pontos também colocam o estado em posição de destaque no país. Santa Catarina figura como uma das unidades da federação menos violentas, segundo o Atlas da Violência, e onde estão as cidades com melhor qualidade de vida do Brasil.

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Saiba de onde vêm os novos moradores de SC

Mercado imobiliário valorizado

Mattei destaca que Santa Catarina, por causa desses atrativos, costuma ser o destino escolhido por muitas pessoas para passar a aposentadoria.

“Tem uma característica muito particular de Santa Catarina que a gente chama de ‘acolhida do aposentado’. Você tem cidades típicas aqui no litoral de Santa Catarina, Balneário Camboriú é uma delas, onde você tem uma atração muito grande de pessoas com um certo padrão de renda que vêm ter o resto da vida, depois aposentadas, nessas cidades.

🏙️ Os dados de maio do índice FipeZap mostram, por exemplo, que o estado tem quatro das cinco cidades com os imóveis mais valorizados do país.

Balneário Camboriú, no Litoral Norte, lidera o ranking. O top 5 ainda tem a vizinha Itapema na segunda posição, a outra vizinha Itajaí na quarta e a capital, Florianópolis, na quinta.

 

De onde vêm os novos moradores

O estado recebeu 503.580 imigrantes interestaduais entre 2017 e 2022, o que resultou em um aumento de 4,66% da população total. É o maior do Brasil em números absolutos e também em proporção.

A maioria veio do vizinho Rio Grande do Sul (134,8 mil), representando 26,8% do total. Depois aparecem Paraná (96.110), São Paulo (62.414) e Pará (44.901).

O superintendente do IBGE em Santa Catarina, Roberto Kern Gomes, diz que esses três primeiros historicamente figuram entre os destaques. A quarta colocação com o Pará, no entanto, foi uma surpresa para ele.

“Isso nos chama atenção porque, no ano de 2010, o estado do Pará não figurava nem entre os 10 maiores estados que cediam população”, comenta.

Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e São Paulo possuem condições de infraestrutura, saúde e educação parecidas, segundo Mattei, e isso pode explicar a migração concentrada nesses estados.

“O que pode nos explicar a grande vinda de paranaenses, gaúchos e paulistas é a facilidade de deslocamento internos, meios de transportes. Você tem uma locomoção muito mais fácil do que a de um cara que vem de Roraima, por exemplo”, pondera Mattei.

Estrangeiros

Santa Catarina também registrou crescimento expressivo na proporção de estrangeiros: ela mais que triplicou, saltando de 0,3% para 1,1% entre 2010 e 2022.

Considerando estrangeiros e naturalizados brasileiros, o número subiu de 17,6 mil para 83,4 mil no mesmo período. Já os naturalizados brasileiros quase dobraram no período (de 5,9 mil para 10,9 mil).

  • 🧳 Chapecó (11.189), maior cidade do Oeste de Santa Catarina, é o município catarinense com mais pessoas naturalizadas brasileiras e estrangeiras , seguido de Florianópolis (10.517) e Joinville (7.854).

Lauro Francisco Mattei afirma que há um grande volume de emprego nas agroindústrias de Chapecó, atraindo estrangeiros à região em busca de trabalho.

“Tanto os haitianos como os venezuelanos, que são os povos que mais migraram para Santa Catarina do estrangeiro, eles todos, praticamente, estão alocados no setor de agroindústria dessa região de Chapecó, Concórdia e algumas cidades próximas, onde têm as plantas frigoríficas”, contextualiza.

🔎 Os dados mostram ainda que Santa Catarina é o quinto estado com maior população não natural da unidade da federação, com 1,8 milhão de pessoas, diante de 7,6 milhões de habitantes.

 

Saída

Por outro lado, o estado viu saírem 149.230 pessoas no período para viver em outras regiões. Os destinos mais frequentes foram Paraná, Rio Grande do Sul e São Paulo (veja lista abaixo).

 

Paraná: 55.870

Rio Grande do Sul: 37.207

São Paulo: 19.933

Mato Grosso: 4.216

Minas Gerais: 4.163

Bahia: 3.832

Rio de Janeiro: 3.534

Pará: 2.954

Mato Grosso do Sul 2.834

Goiás 2.334

📋Para chegar ao saldo, os pesquisadores do Censo perguntaram onde a pessoa morava em 31 de julho de 2017, cinco anos antes da data de referência (2022). A partir dessa resposta, o IBGE calculou os fluxos migratórios por estado. As estimativas têm base na amostra do Censo, aplicada a 10,6% dos domicílios do país — cerca de 7,8 milhões de entrevistas —, e os resultados são preliminares.

 

 

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