GOSPEL
Pornografia é pandemia silenciosa entre cristãos, afirma escritor
A pornografia online tem provocado consequências profundas em escala global, atingindo bilhões de vidas, inclusive dentro das igrejas. Segundo pesquisas, essa prática destruiu casamentos, alimentou a infidelidade e abalou a fé de muitos, sendo considerada uma epidemia moderna de caráter espiritual e moral.
Estudos apontam que a indústria pornográfica movimenta cerca de US$ 97 bilhões por ano, superando as receitas combinadas de setores como música, esportes, moda e videogames nos Estados Unidos. Estima-se que 35% do tráfego da internet seja composto por material pornográfico, número que não inclui a vasta quantidade de conteúdos publicados em redes sociais. O site PornHub, por exemplo, informou que em 2021 foram assistidas mais de 6,8 bilhões de horas de vídeo, com cerca de 5,49 bilhões de acessos mensais.
Acusações de abuso e tráfico infantil
Relatórios recentes indicam que plataformas como o PornHub receberam acusações de hospedar vídeos de abuso e tráfico de menores. Estimativas globais sugerem que entre 1 e 2 milhões de crianças sejam vítimas de tráfico anualmente, muitas delas exploradas em ambientes digitais. Em 2023, provedores de internet reportaram mais de 104 milhões de imagens e vídeos de exploração sexual infantil. A advertência bíblica em Mateus 18:6 ressoa diante deste cenário: “Qualquer que fizer tropeçar um destes pequeninos que crêem em mim, melhor lhe seria que lhe pendurassem no pescoço uma grande pedra de moinho e o lançassem no fundo do mar.”
O vício entre cristãos e líderes
O consumo de pornografia não se limita ao mundo secular. Um relatório de 2024 do Pure Desire Ministries revelou que 54% dos cristãos praticantes nos Estados Unidos consomem pornografia ocasionalmente, e 49% afirmaram não ver problema nisso. A prática afeta homens e mulheres: 54% dos homens e 25% das mulheres admitem assistir pornografia regularmente ou de forma esporádica.
Pastores também estão incluídos nesse cenário. Estima-se que 67% dos líderes evangélicos norte-americanos já tiveram contato com esse tipo de conteúdo, e entre 18% e 21% admitem consumir atualmente. Considerando o número de pastores congregacionais e de jovens nos Estados Unidos, mais de 11 mil líderes podem estar enfrentando dificuldades nesta área.
A advertência bíblica em 1 Coríntios 6:9 reforça o alerta: “Não se deixem enganar: nem os imorais, nem os idólatras, nem os adúlteros… herdarão o Reino de Deus.”
Pornografia e dependência química
Pesquisas científicas apontam que a pornografia pode gerar dependência semelhante ao uso de drogas como heroína ou cocaína, devido à intensa liberação de dopamina no cérebro. Assim como ocorre com substâncias químicas, o sistema de recompensa cerebral sofre alterações que reforçam o comportamento compulsivo.
Contudo, os estudos também demonstram que o cérebro possui capacidade de se regenerar, processo chamado neuroplasticidade. A transformação de padrões de pensamento, ações e orações pode levar à recuperação. O apóstolo Paulo escreveu em Filipenses 4:8-9: “…tudo o que é verdadeiro e honroso… pensem nessas coisas… e o Deus da paz estará com vocês”.
Caminhos para a libertação
O escritor cristão Greg Cooper, que testemunhou sua própria luta contra a pornografia, elencou passos práticos para alcançar a liberdade espiritual e emocional:
- Buscar a Cristo com arrependimento – por meio da fé, confissão de pecados e dependência do Espírito Santo (1 João 1:8-10).
- Estabelecer prestação de contas – contar com um irmão maduro para acompanhar e cobrar diariamente.
- Viver em comunhão e na Palavra – dedicar tempo à leitura e meditação bíblica, fortalecendo a mente e o coração (Mateus 7:7).
- Participar de programas cristãos de recuperação – recursos como Falling Forward (Craig Lockwood) e Building for Freedom (Troy Haas) oferecem apoio estruturado.
- Eliminar ferramentas de tentação – trocar dispositivos com internet por aparelhos restritos e instalar softwares como Covenant Eyes ou EverAccountable, que monitoram o uso.
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