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De mãos dadas com o produtor rural, Estado garante estrutura para beneficiamento de grãos no Juruá
Com os pés fixados no chão e olhos a apreciarem cada palmo de sua propriedade, seu João de Lima Sena, 62 anos e pai de oito filhos, definiu a sua relação harmoniosa com a natureza: “Desde menino, meus “veinhos” [pais] me ensinaram como cuidar da terra. Trago esse conhecimento para a vida, pois é daqui [mostra o agricultor o punhado de chão] que tiro o sustento da minha família, que criei meus meninos e consigo realizar nossos sonhos”.
Sua propriedade está localizada no Ramal do Romeu, às margens do Bairro São José, em Cruzeiro do Sul. Foi de lá que, em 2023, o agricultor colheu 81 sacas de arroz, totalizando quatro toneladas do grão. O trabalho é feito de forma manual, com o uso da força braçal e da enxada, uma ferramenta muito utilizada na região. “Após a colheita, a gente torra o arroz e espera chegar a estiagem para levar o produto para ser beneficiado”, explica seu João.
Na fase do beneficiamento, que é essencial para garantir a qualidade do grão, seu João conta com o apoio do governo do Estado, que, por meio da Companhia de Armazéns Gerais e Entrepostos do Acre (Cageacre), assegura a estrutura que retira a casca e o farelo do arroz, deixando-o apropriado para a comercialização e, consequentemente, para o consumo. “Há muito tempo a Cageacre tem me ajudado. Em outros locais, os gastos com o beneficiamento são grandes e não compensa para nós produtores. A ajuda do governo faz com que o meu produto seja beneficiado com rapidez e em grande quantidade”, informa.
Seu João celebra a parceria, a safra e o sucesso das vendas, proferindo: “Como diz a Bíblia: ‘Aquele que leva a preciosa semente, andando e chorando, voltará, sem dúvida, com alegria, trazendo consigo os seus molhos’”.
40 produtores do Juruá assistidos: Cageacre colabora com a geração de riqueza à agricultura familiar da região
Criada pela Lei n° 564, de 26 de setembro de 1975, e com sede no Bairro Aeroporto Velho, região urbana da segunda maior cidade dos acreanos, a Cageacre atua com maquinários para secagem e beneficiamento de grãos de arroz e milho. O local também é cedido pelo Estado para armazenamento dos produtos.
Ao todo, 40 produtores do Vale do Juruá e de municípios do Amazonas, que ficam localizados na região de fronteira, são assistidos pela companhia. Com capacidade de armazenar até três mil toneladas dos grãos, a unidade realiza a secagem de dez toneladas dos itens diariamente.
Foram atendidos 20 produtores do Paraná dos Mouras, do Projeto Taquari, da Comunidade Santa Rosa e da São Pedro, além do Ramal 3 e agricultores de Mâncio Lima e Rodrigues Alves, que são cidades vizinhas a Cruzeiro do Sul.
“Nosso foco é a valorização do serviço do produtor e do seu produto. Com isso, nossa meta é ampliar cada vez mais o volume produzido pelas unidades da Cageacre e, dessa forma, gerar mais oportunidades aos acreanos, por meio do agronegócio”, ratifica o presidente estadual da Cageacre, Pádua Vasconcelos.
Fomentar o agronegócio é uma das apostas da gestão Gladson Cameli para gerar oportunidades e transformar o Acre em terra próspera. A medida passa pela reestruturação das unidades armazenadoras da Cageacre e pelo trabalho de divulgação dos seus serviços.
Ao todo, são dez unidades armazenadoras em todo o estado. “O agronegócio desponta como saída viável para o crescimento da economia acreana, e estamos à disposição para estender a mão aos que almejam produzir no estado, gerando emprego, renda e riqueza”, destaca Vasconcelos.