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EVANDRO CORDEIRO

COLUNA DO EVANDRO “O UB pode, sim, abrir mão da vice de Bocalom para ter o Alysson”, garante Bittar, que fala muito mais coisas, inclusive sobre a entrevista do Carioca

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O senador Márcio Bittar (UB) abriu a caixa de ferramentas na tarde desta segunda-feira, 29, para fazer política. Falando, claro. Ele revelou à coluna todos – ou quase todos – os bastidores das conversas recentes com o governador Gladson Cameli (PP) relacionadas a uma possível aliança entre os principais partidos da direita (União Brasil, Republicano, PL e PP) para um apoio maciço a candidatura a reeleição do prefeito de Rio Branco, Tião Bocalom (PL). Bittar só não respondeu se Fábio Rueda assume uma cadeira na Câmara Federal no lugar de um deputado que assumiria uma secretaria no Governo Gladson. Talvez pela delicadeza do assunto.

No mais, falou sobre as eleições 2026 e questionou a entrevista do ex-conselheiro-mor da Frente Popular durante 20 anos, Francisco Nepomuceno, o Carioca, que disse no final de semana em um site local que seria uma “tragédia” o Governo não ter um candidato a prefeito. “Se Gladson for apoiar a esquerda ele muda a conversa”, crê Bittar, que abre o jogo sobre as conversas em andamento e a real possibilidade de uma grande união ao redor do propósito do prefeito da capital de seguir administrando por mais quatro anos. Veja tudo o que ele disse à coluna a seguir:

Coluna – Senador, os bastidores dão conta de uma grande movimentação de Brasília a Rio Branco cujo objetivo seria juntar já para eleições desse ano União Brasil, Republicano, PL e PP. O senhor confirma isso?

Márcio Bittar – Sim. É que sempre trabalhei por isso. Não é segredo pra ninguém. Inclusive eu disse publicamente muitas vezes que se dependesse de mim, o PL, o União Brasil, o Republicano e o PP estariam juntos, inclusive para o primeiro turno de Rio Branco.

Coluna – Qual costura estaria sendo feita entre esses partidos e o Palácio Rio Branco, que tem uma pré-candidatura a prefeito e, se quiser, pode levá-la às ruas pelas obviedades de ter o poder da máquina e da popularidade do governador Gladson Cameli (PP)?

Márcio Bittar – As pessoas dão sempre um tom de conspiração. Não tem isso. Mais uma vez o que eu posso dizer é que, do meu lado, o que eu estou fazendo é o que eu anunciei. Não há segredo nenhum. Eu disse repetidas vezes que aqueles que comungam de uma mesma agenda deveriam estar juntos – e de preferência já no primeiro turno. E isso envolve, repito, o PL, o União Brasil, Republicano e PP. Então, quando eu converso com o Gladson Cameli, com o senador Alan Rick, quando eu converso com o Roberto Duarte, com Ulisses e Velloso, enfim, quando eu converso com todos esses, com Alysson e tudo mais, com todos eles, todos sabem qual é a minha intenção, que é reunir todos numa mesma aliança, além daqueles outros partidos que fazem parte da base do Governo, para essas eleições municipais e já olhando para as eleições de 2026. Qual é o meu objetivo? O Acre, eu disse isso dezenas, milhares de vezes, o Acre para poder sair da situação que se encontra, precisa de Brasília. E, portanto, a eleição nacional é fundamental para o Acre. E aqueles que estarão juntos na eleição de 2026, apoiando Bolsonaro ou quem Bolsonaro indicar, na minha opinião já devem estar juntos agora na eleição municipal. Portanto, da minha parte, não tem nenhum tipo de conotação de conspiração, segredo, bastidores. Então, não, eu tô fazendo aquilo que eu anunciei publicamente que faria, que é o que eu quero, que é o que eu desejo.

Coluna – Nesse momento, provavelmente o mais delicado desde 2018 para a direita, com a esquerda tentando ressurgir das cinzas, com um candidato dentro do MDB, é verdade que ainda tem vaidade falando alto nos bastidores. Dizem que o senhor passou a ‘mandar’ no Bocalom, que Bocalom não aceitaria esse ou aquele vice. Qual é a realidade?

Márcio Bittar – O Bocalom é um homem maduro, extremamente trabalhador, um homem das mãos limpas, governou a Acrelândia três vezes, está governando em Rio Branco, não há uma denúncia contra ele. Acorda 4, 5 da manhã todo dia, está fazendo uma grande gestão em Rio Branco, muito dedicado. Rio Branco hoje tem prefeitura, Rio Branco hoje não é mais um peso financeiro para o governo do Estado. Ele cuida da cidade, é quem está à frente dos problemas da cidade, realizando obras muito importantes, como o elevado da Dias Matins, que é uma emenda minha, já foi aprovado, licitado, empresa vencedora e tudo mais, o novo mercado municipal Elias Mansour, tem uma emenda minha de 25 milhões, depois vai ter que completar para 30. Ao mesmo tempo é quem acode as pessoas em inundação. Teve três enchentes nos três primeiros anos do mandato e sempre atendendo da melhor maneira possível. Claro que não agrada a todo mundo, mas eu estive nas três vezes, por exemplo, visitando, andando com ele. O que você vê no parque de exposição quando acontece a enchente, que ninguém quer sair de sua casa, mas já que tem que sair, e um atendimento de primeira qualidade, a alimentação. Aí eu fui, todas as vezes eu estive na cozinha, sabe? Eu comi na cozinha, como ele também já comeu. A comida é bem feita, de primeira, pra todo mundo. O cuidado de trazer as pessoas, inclusive com seus móveis, e separar móveis. Tinha golpões inteiros com móveis. O cuidado de ter uma área imensa só para os animais de estimação, depois, sacolões de 33 quilos. Então, a limpeza da cidade. Então é um homem que se apresenta para o trabalho, ficha limpa. Alguém, às vezes, fala que ele

é teimoso. Pode ser teimoso com algumas ideias, como eu também sou. Perfeito, não somos ninguém, mas é um homem honesto, é um excelente pai de família, um homem que teve a esposa do primeiro casamento seis anos e meio em coma e nunca ninguém ouviu dizer que ele teria abandonado, ao contrário, por seis anos e meio ao lado dela. Então é um homem que merece meu apoio e acho que merece o voto de confiança para o segundo mandato em Rio Branco. Ele é muito importante para mim. Então, as opiniões dele são muito importantes. Eu escuto com muita cautela e acho que ele também escuta as minhas com muita cautela. Nós dois, claro que não sozinhos, mas quem mais enfrentou o PT ao longo dos 20 anos de governo e 20 anos de prefeitura fomos eu e ele. Então, nós sempre estivemos do mesmo lado.

Coluna – Nesse final de semana a esquerda escalou uma de suas eminências para dar pitacos na política local, o Carioca. O pensador deles disse que seria uma tragédia o governador Gladson Cameli não ter um candidato a prefeito. O que tem por trás dessa fala?

Márcio Bittar – Na verdade, a esquerda eu conheço indo e vindo, não mudou nada do tempo que eu fiz parte dela, quando eu tinha 16, 17, 18, 20 anos. Quando esse líder da esquerda fala, o primeiro que me chama a atenção é que eles governaram o Estado cinco mandatos. A Prefeitura, cinco mandatos, tiveram todo o apoio do Governo Federal, todo o apoio da ONU, do mundo inteiro, e eles entregaram o Estado mais pobre e muito mais violento. E o que me impressiona nas entrevistas que esses intelectuais deles falam, eles só falam de política eleitoral, de política partidária, de como fizeram, qual estratégia que utilizaram para chegar no poder. E agora qual deva ser a estratégia para voltar ao poder? Agora com relação aos problemas reais do Acre e do acreano, nenhuma palavra. Nós temos hoje uma juventude perdida. Uma parte está nas facções criminosas, a outra parte está desempregada, sem profissão, sem preparo. Se você criar amanhã ou depois um mercado de trabalho, a nossa juventude de hoje está despreparada para ele. Isso é uma tragédia. Quantos jovens nós perdemos para as facções criminosas? Porque não tem nenhuma alternativa a não ser isso. Nós configuramos nos rankings, nas últimas colocações de desemprego, o Acre é um dos estados que tem mais gente dependente de Bolsa Família do que empregado. Estamos nas últimas fileiras do feminicídio, um dos estados que mais tem assassinatos de mulheres, um dos estados que mais tem estupro. Então, enfim, e aí quem governou o Acre cinco mandatos, cinco mandatos de prefeitura, não tem nada a dizer sobre os problemas reais, dramáticos da população acreana, do povo acreano, não, é só a eleição, só a política, né? Gestão zero. É isso que me chamou a atenção. E quando algum líder da esquerda diz que é uma tragédia o Gladson não ter candidato a Governo, que se o Gladson não tiver o candidato a prefeito pode ser o fim do Governo, isso é tudo uma estratégia. Se o Gladson decidir apoiar o candidato da esquerda, esse tipo de comentário para. Agora, diante da hipótese do Gladson apoiar o candidato da direita, e ele estaria em sintonia com o eleitor que o elegeu senador e governador duas vezes, ai vem alguém para dizer que é tragédia. Qual o objetivo dessa declaração? É fazer com que o governador fique tocado por ela e lance um candidato. Prejuízo o governador vai ter se lançar o candidato e não for nem para o segundo turno. Então, na verdade, quando alguém declara que é um absurdo o governador não ter um candidato, o absurdo é governador, que foi eleito com voto antipetista, se coligar com quem é do PT.

Coluna – Caso seu sonho se concretize, juntando os partidos mais fortes da direita em torno de uma candidatura a prefeito na capital, que relação essa engenharia teria com as eleições de 2026?

Márcio Bittar – O que eu venho advogando publicamente é que esses grandes partidos da direita se unam. Até porque, no plano nacional, eu tenho convicção de que o PL vai ter candidato a presidente, seja o Bolsonaro ou quem ele indicar, e estarão no mesmo palanque o PP, do Ciro Nogueira, o Republicano, do Marcos Pereira, e o União Brasil, do Antônio Rueda. Então não entendo como natural que esses partidos estejam juntos no Acre. Agora, passar a eleição municipal, é um outro momento. Eu continuo dizendo que o Alan Rick é meu pré-candidato ao Governo, mas eu respeito a Maiza, o direito dela. E o Gladson se afastando do Governo, ela pode ser, vai estar no Governo, pode ser a candidata. Eu acho que isso tem que dar tempo ao tempo. Nós não podemos prejudicar uma eleição agora pensando na de 2026. Então vamos cuidar da eleição de 2024 e depois, com calma, com cautela, vamos chegar ao melhor nome para ganhar a eleição e para governar o Acre.

Coluna – Se ventila em Brasília uma suposta fusão entre PP e União Brasil. É fato?

Márcio Bittar – De fato, há um claro convencimento da cúpula nacional do União Brasil e da cúpula nacional do PP. Os seus grandes líderes estão decididos a fazer, não uma fusão, porque na fusão você pega dois, três, quatro, cinco partidos e funde, então deixam de existir e passam, os dois ou três ou quatro ou cinco, passam a ser um único partido sem direito à volta. A federação, que é o que estão querendo fazer, ela mantém a identidade dos partidos, dos que fizeram a federação, mas eles atuam como partido

por pelo menos quatro anos. Ao termo de quatro anos, eles fazem uma avaliação e se entenderem qualquer um dos partidos de sair da federação, acabar a federação, eles continuam com vida própria. Então, a federação, que é o que União Brasil e PP querem fazer, e dizem que até o final do ano vão anunciar esse feito, ela é menos, vamos dizer assim, ela é menos radical do que a fusão. O que eu posso dizer é que eu conheço as lideranças do PP e do União Brasil e sei, tanto deputados federais, dirigentes e tal, que eles querem a federação. Claro que isso terá impacto nos 26 estados e mais Distrito Federal, claro que incluindo o nosso estado. Mas é um outro passo, vamos ver isso depois da eleição.

Coluna – Caso se concretize a aliança PP, PL, UB e Republicano, quem indica o vice?

Márcio Bittar – Olha, o Fabinho, que é o nosso primeiro suplente de deputado federal, ele também comanda o diretório municipal de Rio Branco. E o que eu sei é que esse diretório hipotecou apoio à reeleição do Bocalom, que eu acho que é a lógica. Inclusive, pra mim, é a lógica para um partido que tem um senador do porte do Alan Rick, como nosso pré-candidato ao Governo. A lógica para o União Brasil seria, de fato, apoiar a reeleição do prefeito Bocalom. Bom, se ele pode ocupar ou indicar pelo União Brasil um vice, então, consequentemente, é o União Brasil que pode, se quiser, abrir mão disso. E, claro, que se abrir mão disso, tem que estar bem representado na aliança. Isso é do ser humano. Ninguém abre mão de uma coisa que é sua por nada. Isso não é da política. É da política, da família, do trabalho, da relação. Então é isso. O União Brasil hoje tem uma aliança com o prefeito Bocalom e nessa aliança caberia a União Brasil, mas como nós queremos ampliar a aliança, portanto, trazer o PP do Alysson, do Gladson, enfim, para essa aliança, o União Brasil pode sim ceder a indicação da vice, desde que o União Brasil também esteja atendido e se sentindo confortável na aliança.

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