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RAIMUNDO FERREIRA

Artigo do professor e arquivista Raimundo Ferreira, da Ufac: “O Acre de ontem”

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O ambiente no interior da floresta Amazônica, no caso do Estado do Acre, no início da ocupação dessa região era um habitat aparentemente inóspito, pois, com exceção do patrão, sua família e alguns poucos empregados que trabalhavam e residiam nas sedes dos seringais, nas margens dos rios, as outras únicas opções disponíveis para as moradias e consequentemente, para os locais de trabalho na atividade do extrativismo vegetal, produzindo a borracha natural e a castanha do Brasil, era no interior da floresta, ambiente estes, meio à selva amazônica, distante das sedes dos seringais de 8 a 14 horas de viagem a pé, ou seja, infelizmente não havia outra opção, e mesmo que os cidadãos, especialmente os nordestinos que chegavam até esses seringais, oriundos de várias localidades nordestinas, com outras visões de locais por onde já haviam residido, poderia achar estranho, mas não existia outra alternativa, eram obrigados a enfrentar e se adaptar a essa vida isolada em suas ‘colocações’, convivendo com os cânticos e baralhos dos pássaros, especialmente os gritos assombrosos das corujas, toadas dos macacos, sinfonia noturna dos sapos e grilos, o barulho da chuva no seio da mata entre outros sons nunca antes escutados. Para o recém-chegado todo isso era diferente e desconhecido, na verdade, somente depois de algum tempo de convivência e aquisição de experiência através dos moradores mais antigos, esse novo cenário, que se apresentava como um mundo muito estranho ia sendo domesticado e a solidão do ambiente com todos seus mistérios e particularidades, começava ser desvendada e dominada. Para os atuais habitantes do Acre, apesar de um pequeno percentual da população ainda residirem em locais considerados zona rural, no entanto, são ambientes de áreas onde são cultivadas as atividades da agropecuária, em condições totalmente descaracterizadas, locais inclusive onde eram localizado os seringais nativos, porém, atualmente funcionando com outras atividades e em condições totalmente diferentes do ambiente e dos habitas onde viviam e sobreviviam os seringueiros que trabalhavam para os patrões nos seringais nativos. Esta atividade do extrativismo e porque não dizer, essa cultura, marcou uma geração e infelizmente, além da população atual, especialmente a juventude já ter conhecido o Acre em outro momento, atualmente não dispõem de conhecimento histórico-cultural suficiente para se inteirar e certamente se orgulhar da historia de desafios e lutas sangrentas, que foram travadas para que esse território, com todas suas carências e necessidades existisse hoje como uma unidade da federação brasileira. Acreditamos e defendemos que o resgate destas memorias históricas deveria está sendo trabalhadas com muito empenho pelas instituições oficiais, movimentos culturais, artistas, historiadores etc., de modo que a população atual fosse massificada com e esse passado histórico e cultural acreano, pois, além desse resgate remontar as raízes do povo acreano, essa geração precisa entender e internalizar valores do quão foi interessante e heroica a luta pelos domínios do território do Acre.

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