As quatro equipes que participaram daquela primeira edição, realizada em Porto Velho-RO, foram o Atlético Clube Juventus (representante do Acre), o Baré Esporte Clube (por Roraima), o Esporte Clube Macapá (pelo Amapá) e o Ferroviário Atlético Clube (representante de Rondônia).
Foi uma competição marcada por inúmeras confusões e grandes polêmicas. Tantas que os dois primeiros jogos, entre, respectivamente, Juventus e Baré (2 a 1 para os acreanos) e Ferroviário e Macapá (2 a 2), foram anulados, sob a alegação de que havia jogadores irregulares na parada.
Quem estava irregular no jogo do Ferroviário contra o Macapá, eu não lembro. No jogo do Juventus contra o Baré, quem não podia estar em campo era o goleador Julião, atacante de rara habilidade, que havia trocado, por aqueles dias, o futebol profissional do Amazonas pelo amadorismo do Acre.
As anulações ensejaram a marcação de novos confrontos. E então, o Juventus, sem o Julião, não foi além de um empate contra o Baré (1 a 1). O Macapá, por sua vez, que contava no seu elenco com jogadores que depois ficaram famosos no futebol brasileiro, goleou o Ferroviário por 3 gols a 0.
E assim, no final das contas, os amapaenses, que também venceram o Juventus (1 a 0) e o Baré (3 a 2), somaram seis pontos (três vitórias) e levaram para casa o título histórico do I Copão da Amazônia. O Ferroviário ficou em segundo, o Juventus foi o terceiro e o Baré ficou em último lugar.
Independentemente dos imbróglios que permearam a maioria das edições do Copão da Amazônia, o certo é que a competição causava um verdadeiro frenesi nos torcedores dos estados envolvidos, todos querendo provar que o melhor futebol era praticado nas suas respectivas localidades.
O Copão da Amazônia, que sempre foi uma grande festa do futebol amador do Norte e proporcionou inúmeras emoções a todos os envolvidos, teve sua última edição em 2003. O estado do Amapá foi o líder dos títulos (sete no total), seguido do Acre (cinco), Rondônia (quatro) e Roraima (um).
E para que essas memórias não pequem pela omissão, cumpre finalizar dizendo que os dois maiores responsáveis pela criação desse torneio foram os então presidentes das federações do Acre e de Rondônia, respectivamente major Adel Derze e jornalista Vinícius Abrahão Coutinho Danin. Ave!