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Ele fez barba, cabelo e bigode como jogador de futebol e também como o mago da tesoura: os 40 anos de Ely Roberto cuidando dos cabelos das estrelas do Acre

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Dentro do campo ele era impulsivo, com uma habilidade rara para quem atuava como volante. Saia jogando com muita precisão e por isso era diferenciado. Fora do campo, com uma tesoura na mão, melhor ainda. E essa semana esse mago da bola e mágico cuidador de cabelos completa 40 anos de profissão: Ely Roberto, 61 anos, com um físico jovial, uma cabeça boa, antenada em qualquer assunto da hora, bem que poderia ser inspiração para uma geração mais Detox, muito Nutella, onde muito poucos se destacam.

Ely Roberto é um acreano de Rio Branco, nascido e criado no bairro mais antigo da capital, o Seis de Agosto, onde teve uma infância nos padrões da época e do lugar, era um craque do futebol, descoberto na várzea, jogando descalço. No campo se tornou diferenciado. Fora do campo, quis levar para as barbearias outro talento nato, o de cuidar bem de cabelos, e conseguiu. Acabou na preferência de muita gente, inclusive de famosos, como o ex-governador Flaviano Melo e a atual ministra Marina Silva. E lá se foram 40 anos completados esse mês, de uma profissão que orgulha muito esse acreano do pé rachado.

Ele contou ao Acrenews que tudo começou após servir ao Exército Brasileiro, há 42 anos. Passou, a partir daí a ser cortejado pelos seus superiores porque jogava um futebol fino. Era tido como craque e por isso desfrutava de regalias dentro da caserna. Acabou indo parar no futebol profissional. Brilhou em dois clubes, Juventus e Rio Branco, ao ganhar vários títulos nas categorias de base, e ainda foi campeão em 1987 pelo Atlético Acreano. Em meio a esse frenesi da bola, conseguiu ir para o Rio de Janeiro, onde fez um curso de cabeleireiro. Ao retornar, já era um cabeleireiro renomado e formado em escola técnica na capital fluminense. Jogou também no futebol rondoniense, com passagem pelo Moto Clube e Copão da Amazônia, em Macapá, 1984, pelo Flamengo de Porto Velho e também passou pelo Operário do Mato Grosso. No Rio, era ídolo nas peladas do Aterro do Flamengo.

Hoje, Ely Roberto continua exercendo a profissão de cabeleireiro, claro, com menos intensidade. Com um pé de meia garantido, trabalha muito mais como hobby. Se orgulha de ter sido cabeleireiro de grandes personalidades do Acre, entre os quais o saudoso governador Edmundo Pinto. “Nunca forcei a barra pra conquistar a amizade de ninguém. Estou entre as 150 pessoas mais conhecidas do Acre. Formei muitos alunos na minha área de cabeleireiro por quase todo o Estado. Cerca de 400. Não tenho nível superior e o meu vício sempre foi a leitura. O Rio de Janeiro me ensinou muito a me alimentei de cultura, já fui chamado por muitos até de intelectual. Tenho orgulho de não ter me perdido para as drogas. O futebol me livrou e estou completando quatro décadas exercendo uma profissão que amo. Sou neto do primeiro barbeiro de Xapuri e no Rio aprendi tudo com um cabeleireiro acreano de Xapuri que se chamava Jaime Rodrigues. Eu trouxe o futebol e a minha profissão no sangue”, conta. Hoje ele passa seus conhecimentos em bairros periféricos da capital, onde leva sua arte da bola e da tesoura a crianças carentes.

Na vida, diz Ely Roberto, “abaixo de Deus, costumo me espelhar nos ensinamentos da pedagoga e cardecista Zenaide Zamora, a quem considero uma das pessoas mais cultas e humanas dessa vida. Os ensinamentos da dona Zenaide me curaram das mazelas da vida. Pra mim a melhor palestrante desse planeta e em quem me inspiro”.

Ely é, também, um apaixonado por política, arte que considera a verdadeira essência da vida. “Na campanha passada resolvi apostar no engenheiro José Adriano. Pra mim será a nova revelação da política do Acre nos próximos anos. Dinamizou o sistema S e é muito inteligente e humano. O Flaviano foi o grande político desse Estado. Mesmo sendo uma grande estrela convivi com ele a vida toda e jamais se aborreceu comigo. Continuou me tratando como um irmão. Sábio..”.

O ex-jogador teve seus dramas pessoais. Perder a mãe para um câncer uterino aos nove anos de idade foi o maior, segundo afirma. “Ela é sepultada no Rio de Janeiro. Foi o motivo de ter ido morar lá. Foi dos melhores presentes que Deus me deu. Realizei o sonho de conhecer o cemiterio do Caju, onde minha mãe foi sepultada”, finaliza essa figura que o Acre aprendeu a respeitar. Que venham mais aniversários de vida e de profissão do Ely Roberto.

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