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RAIMUNDO FERREIRA

Professor e arquivista Raimundo Ferreira escreve sobre a imigração de acreanos para João Pessoa, na Paraíba

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IMIGRANTES EM JOÃO PESSOA

Raimundo Ferreira

Em várias ocasiões, as migrações internas no Brasil já levaram muita gente a mudar de domicílio e de certo modo fizeram com que algumas regiões rapidamente começassem a receber um grande contingente de pessoas. Essas situações fizeram com que as populações locais se sentissem ameaçadas em suas rotinas no cotidiano, especialmente no que se refere a novos hábitos e costumes e também na área da especulação imobiliária.

Para ilustrar uma dessas situações, podemos citar o exemplo da região Norte, que conhecemos mais amiúde. No início do século XX, por conta da propaganda realizada pelos governos brasileiro e americano de que na Amazônia, em especial no Estado do Acre, existia a possibilidade de se ganhar dinheiro fácil com o trabalho do extrativismo vegetal, uma grande quantidade de pessoas foi atraída para aquela região.

Por essa época as pessoas, especialmente do nordeste brasileiro, chegaram em grandes contingentes para tentar sobreviver de forma mais facilitada na região Norte. O resultado desse fenômeno foi que rapidamente, além de povoarem o território, contribuíram para uma mudança generalizada dos hábitos, costumes e da cultura das populações nativas.

Estamos narrando esses fatos com ênfase nos efeitos que poderão ocorrer tanto nos locais de origem, de onde os emigrantes saem em busca de seus sonhos, quanto nas localidades onde os imigrantes chegam para fixar residência e experimentar uma nova vida. A capital paraibana João Pessoa entrou nesse circuito de cidades do litoral nordestino e por algum motivo está sendo preferida por um contingente muito grande de pessoas das regiões Norte, Centro Oeste, em especial Planalto Central e também do Sul. Dentre outras mudanças, o comércio imobiliário está apostando todas as fichas na grande procura por parte dos imigrantes que estão se instalando nessa cidade e por conta de tal demanda, João Pessoa se transformou em um canteiro de obras. O problema é que na maioria das localidades e populações em que ocorrem mudanças bruscas, os moradores locais começam a se sentir ameaçados em seus hábitos, costumes e rotinas. Nas suas visões, os imigrantes estão sendo responsáveis pela maioria dos problemas que não aconteciam antes e passaram a ocorrer. Ou seja, as pessoas que por aqui chegaram e estão se instalando seriam as responsáveis pelo trânsito caótico na cidade, pelas filas que ocorrem por toda parte, pelos supermercados, restaurantes e praias superlotados. Em síntese, por todos os transtornos que afligem os nativos paraibanos.

Essas preocupações, ou melhor, esses incômodos são constatados através dos contatos, mesmo de maneira informal, que travamos com as pessoas locais, onde eles expressam tais preocupações. Existe inclusive um vídeo que circula nas mídias – por sinal, prestigiado com várias curtidas e intervenções – onde um cidadão desabafa, repudiando a presença dos imigrantes e declara em viva voz como essa quantidade de pessoas não nativas está sendo vista e avaliada por parte dos paraibanos. Na nossa avaliação, o Brasil pertence a todos, as pessoas são livres para ir e vir, e poderão escolher livremente o local onde deverão fixar residência e conviver em paz e harmonia com as pessoas da localidade.

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