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POLÍTICA

João Marcos Luz, o polêmico ex-vereador que propôs proibir participação de crianças em paradas gays, assume a Assistência Social da prefeitura e fala sobre o desafio

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Em meio a um cenário político polarizado e desafiador, o ex-vereador e agora secretário de Assistência Social da prefeitura de Rio Branco João Marcos Luz desponta como uma figura que combina habilidade parlamentar, determinação e compromisso com o serviço público. Destaque em duas legislaturas recentes como parlamentar, ele construiu sua trajetória política com projetos relevantes, fiscalização firme e um perfil voltado para o cuidado com as pessoas. Agora, à frente de outra grande responsabilidade, a SASDH, Marcos Luz encara um novo capítulo de sua carreira, carregando a missão de transformar vidas e fortalecer políticas públicas em uma das pastas mais sensíveis da administração municipal.

Nesta entrevista exclusiva, ele compartilha sua visão sobre o futuro, destaca projetos que marcaram sua trajetória e expõe os aprendizados acumulados ao longo de sua vida pública e privada. Do orgulho em ter sido guarda-mirim à experiência como executivo em uma grande empresa de ônibus, ele demonstra como essas vivências moldaram sua gestão. Sempre firme em suas convicções, o secretário fala sobre temas polêmicos, desafios enfrentados e sua expectativa de fortalecer pautas conservadoras no cenário político nacional.

Com uma linguagem sincera e transparente, revela, acima de tudo, sua determinação em “cuidar de gente”, lema que tem guiado sua atuação na gestão pública e que promete marcar sua passagem pela SASDH.

Veja a entrevista:

AcreNews – O senhor foi nomeado secretário de uma pasta que atende, entre outras, uma minoria que lhe acusa de homofobia. Como pretende romper essa barreira e criar um ambiente de diálogo e confiança?

João Marcos – Não estou preocupado com o que os meus adversários dizem, até porque são eles que têm comentado isso. Na verdade, não ligo para elogios e críticas. Meu foco é buscar soluções. Eu sou um servo da Constituição, e ela diz que todos nós somos iguais. Com o passar do tempo, vai ficar nítido que o nosso governo é para todos, sem privilégios e com muita transparência.

AcreNews – Como vereador, quais foram os principais projetos que o senhor aprovou e que mais se orgulha de ter realizado?

João Marcos – Busquei cumprir, nas duas legislaturas que participei, a função do vereador, que é fiscalizar e legislar. Fiscalizei, denunciei, apresentei requerimento de criação de CPI, sempre buscando zelar pelo recurso público. Meus projetos aprovados foram: o que proíbe a comercialização de produtos cortantes, cerol e linha chilena na cidade de Rio Branco. Esse projeto foi fundamental para salvar vidas. Infelizmente, um jovem chegou a morrer com o pescoço degolado por uma linha. Também foi sancionado o projeto de minha autoria que tornou o laudo para crianças com autismo permanente. Isso retirou a burocracia das costas das mães, facilitando o acesso a serviços públicos com maior agilidade. O projeto que criou o hino oficial de Rio Branco também é de minha autoria. O PL de número 14, que proíbe a participação de crianças na Parada Gay, ainda está tramitando. A Câmara deve apreciar o veto assim que os trabalhos voltarem. Além disso, concedi o título de Cidadão de Rio Branco ao presidente Bolsonaro. Tenho orgulho de todos os nossos projetos.

AcreNews – Durante seu mandato, o senhor foi reconhecido como um dos principais colaboradores da gestão do prefeito reeleito Tião Bocalom na Câmara. Como o senhor avalia esse papel de destaque e de que forma acredita que sua atuação contribuiu para o sucesso dos projetos da administração?

João Marcos – Tudo que faço é com muito amor, até porque não faço nada em que eu não acredite. Ando com o Bocalom desde 2002. É um cara que me conquistou com a sua sinceridade. Quando ele me convidou para ser seu líder na Câmara, logo aceitei porque sabia que coisas boas iriam acontecer, apesar dos desafios. Como líder, apesar de ter uma oposição fraca, nosso maior desafio foi liderar uma base livre, até porque não podíamos agir da mesma forma que o PT, ou seja, oprimindo as pessoas. Uma base com liberdade de criticar foi algo que aconteceu pela primeira vez na política do Acre. Fiz minha parte e acredito que consegui combater os adversários com energia e, ao mesmo tempo, mostrar o lado bom da nossa gestão. O povo viu isso e nos deu a vitória logo no primeiro turno.

AcreNews – Um projeto polêmico, mas que contou com o apoio de uma parcela significativa da população, foi a proposta de proibir crianças na Parada Gay. Quando apresentou essa ideia, o senhor já esperava enfrentar tantas críticas?

João Marcos – O projeto que proíbe a participação de crianças na Parada Gay deveria ter o apoio, inclusive, da população LGBT, até porque ele é específico sobre crianças. O projeto é óbvio. Não posso ser criticado por dizer o óbvio. Ou seja, proibir crianças de estarem em meio a cenas de lascívia, bebidas alcoólicas, drogas e tantas outras coisas proibidas para crianças é sensato. Fiquei surpreso em receber críticas até de autoridades do direito.

AcreNews – Em um cenário político tão polarizado, como o senhor busca equilibrar suas posições e dialogar com quem tem visões opostas às suas?

João Marcos – Ser sincero e honesto é a melhor opção. A princípio, alguém pode não compreender, mas, com o passar do tempo, vai perceber que não há má intenção. Tenho defeitos, mas tenho pavor de injustiça. Procuro ser sempre justo para que Deus possa abençoar as minhas ações.

AcreNews – Sabemos que o senhor foi guarda-mirim. Como essa experiência influenciou sua vida e sua visão sobre as políticas públicas?

João Marcos – Tenho muito orgulho de ter trabalhado no Tribunal de Justiça, no gabinete do desembargador Jersey Pacheco Nunes. Lá, fiz muitos amigos. Eu tinha só 10 anos, mas queria ganhar meu próprio dinheiro, comprar minhas bermudas, um relógio e uma bicicleta. Então, fui buscar isso. A guarda-mirim foi um grande projeto, mas, infelizmente, acabou. Tenho a ideia de criar, no âmbito do município de Rio Branco, o projeto Menor Aprendiz, que vai contratar crianças para trabalharem nas secretarias da prefeitura. Acredito que uma pessoa só pode se tornar um bom cidadão se entender, desde criança, o valor do trabalho.

AcreNews – Os anos que o senhor passou como executivo de uma grande empresa de ônibus trouxeram aprendizados. Que lições dessa época o ajudam na gestão pública?

João Marcos – A Real Norte foi minha grande faculdade. Eu tinha 20 anos quando comecei a trabalhar lá. A verdade é que muitos riobranquenses gostariam de trabalhar lá porque era uma grande empresa. Depois que saí do Exército, fui trabalhar lá. Entrei como office boy e cheguei ao cargo máximo da regional, como gerente regional. Inclusive, quero dizer que o serviço público está muito atrasado no quesito gestão de pessoas. Enquanto a iniciativa privada criou, há muitos anos, o RH, o setor público parou no tempo. Isso é muito ruim, porque um servidor infeliz é um problema. Investir nas pessoas para ter resultados foi o que aprendi na iniciativa privada e procuro levar para a gestão pública. O segredo é a gestão de pessoas para o sucesso chegar. Na Real Norte, tínhamos projetos como o “Aprendendo a Ler”, para os funcionários que não tiveram a oportunidade de se alfabetizar. Depois, criamos o “Pronto para Aprender”, para os funcionários terminarem o ensino fundamental e médio na própria empresa, em parceria com o estado. Também criamos o curso de espanhol. O fato é o seguinte: nós investimos no trabalhador.

AcreNews – O senhor já foi acusado de ser conservador demais, mas também tem ações que muitos consideram progressistas. Como concilia essas diferentes percepções sobre sua atuação?

João Marcos – Sou cristão. As pessoas vão entender isso. Tudo é uma questão de bom senso. Sou contra o aborto, contra a liberação das drogas e a favor de que o cidadão de bem tenha uma arma para se defender. Quando fui a favor da Bíblia nas escolas, fui criticado. Mas, quando apresentei e foi aprovado o projeto para as crianças com autismo, meus críticos sumiram (risos). Vou fazer o que tenho que fazer. Não estou preocupado com críticas.

AcreNews – Na semana passada, surgiram questionamentos, sem a devida checagem, sobre a possível suspensão da distribuição de alimentos para pessoas em situação de rua. Como o senhor esclarece essa situação e reforça o compromisso da gestão municipal com o atendimento a essa população vulnerável?

João Marcos – Vou cuidar de gente. Não adianta. Nós vamos cuidar de gente. Fiquei muito triste porque uma entrevista minha à jornalista Rose Lima foi retirada de contexto para tentar me difamar. Será que alguém em sã consciência vai achar que eu retiraria comida da população de rua? Nós recebemos uma ação judicial desnecessária. Uma ligação para mim bastaria para saber que, em nenhum momento, falei sobre retirar alimentação. O que eu disse, e podem escrever, é que vamos melhorar o atendimento à população de rua, e isso passa por uma mudança na estrutura do Centro Pop, inclusive na sua localização. Todos que quiserem ajudar serão bem-vindos, até porque a gestão do prefeito Bocalom tem a pretensão de cuidar do ser humano. Nosso governo é para o ser humano.

AcreNews – O que o senhor espera do seu futuro político?

João Marcos – Estou agradecido e muito entusiasmado com a função de secretário de Assistência Social e Direitos Humanos. Junto com a equipe competente da SASDH, faremos um grande trabalho. Vai acontecer muita coisa boa porque vamos buscar fazer o melhor. Eu amo a política. Uma candidatura pode vir em 2026. Na hora certa, faremos o que precisa ser feito. A direita vai vir forte em 2026. A direita precisa eleger um Congresso Nacional forte, com pessoas comprometidas com as pautas conservadoras que levarão o Brasil para outro patamar. O presidente Bolsonaro sofreu muito com traidores que se elegeram ao lado dele e depois o traíram. Isso não pode acontecer novamente. Ou elegemos parlamentares de direita de verdade ou nada vai mudar. Vamos discutir isso em breve. Por ora, minha dedicação é com a secretaria.

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