A cidade de Tarauacá enfrenta dias difíceis com as enchentes que castigam a região, deixando ruas submersas e centenas de famílias desabrigadas. No entanto, em meio ao cenário de destruição, um espetáculo da natureza tem chamado a atenção de quem passa pela principal avenida da cidade: a florada dos pés de jambo, que desafiam a lama e o caos, tingindo as copas das árvores com um vibrante tom rosado.
O jambo (Syzygium malaccense), árvore originária da Ásia, se adaptou bem ao clima amazônico e se tornou um símbolo de resistência e beleza na paisagem urbana de Tarauacá. Sua floração costuma ocorrer entre o fim da estação chuvosa e o início do período mais seco, geralmente entre março e abril, quando os galhos se enchem de delicadas flores em tons que variam do rosa ao vermelho intenso.
Os jambeiros podem alcançar aproximadamente 15 metros de altura e possuem um tronco longo e ereto, com folhas amplas e de tom verde-escuro. Devido a essas características, que proporcionam vasta sombra, essa espécie é amplamente cultivada em áreas residenciais. Cada árvore tem a capacidade de gerar mais de mil frutos, resultando em uma produção de cerca de 85 quilos de jambo por unidade.
Além da beleza das flores, o jambo produz frutos de casca lisa e coloração avermelhada, conhecidos pelo sabor suave e levemente adocicado. Rico em vitamina C e propriedades antioxidantes, o jambo não só encanta pela estética, mas também traz benefícios à saúde. Seu plantio é relativamente simples, exigindo solos férteis e boa umidade, o que faz com que cresça vigorosamente na Amazônia. Em algumas cidades, o jambo é considerado a ‘maçã dos pobres’.