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ESPORTE

Joraí, o artilheiro

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Na segunda metade da década de 1940, o futebol era efervescente em Xapuri, não por acaso denominada de “A princesinha do Acre”. Disputavam-se partidas animadíssimas, com centenas de torcedores que se acomodavam ao redor do gramado, vibrando com as jogadas de efeito dos seus ídolos.

Um dos times mais famosos, pelas goleadas desferidas nos adversários, se chamava Vasco da Gama. Time este em que jogavam craques como Zé Samico, Guilherme Lopes, Zé Cardoso, Afonso Zaire, Moisés, Guilherme Zaire, Tibira, Boca Negra, Pinheiro, Balanceio e Mundinho.

Pinheiro, que gostava de jogar com uma touca na cabeça, dizem testemunhas da época, costumava sempre frequentar a ponta da tabela de artilheiros. Aliando uma técnica refinada com muita raça, o homem tanto chutava forte com os dois pés quanto possuía uma cabeçada mortal.

Eis que, lá pelas tantas, o atacante Pinheiro viu nascer o seu primeiro filho, ao qual batizou com o nome de Joraí. E mal o menino começou a ensaiar os primeiros passos, Pinheiro tratou de lhe ensinar os segredos da grande área, o jeito de bater na bola, o modo certo de cabecear etc. e tal.

Pinheiro queria que o filho se tornasse um artilheiro tão implacável quanto ele mesmo. E logo comprou para o menino uma bola de couro e um jogo de camisas, com listras verticais, nas cores preta e branca. Joraí, sendo o dono da bola e do uniforme, era o único titular absoluto do time mirim.

Com o tempo, porém, à medida em que ia crescendo, compreendendo a pouca aptidão para mandar a bola para as redes, o Joraí foi mudando de posição e recuando até se fixar na posição de zagueiro. A explicação dele para o pai foi a de que jogando atrás poderia ter melhor visão do jogo.

E, para convencer o velho Pinheiro, garantiu-lhe que seria o fator surpresa dos times em que jogasse. Quando menos os adversários esperassem, ele sairia como um raio lá dos confins do seu campo de defesa e fuzilaria de todas as maneiras os goleiros que encontrasse pela frente.

Mudando para a capital, Rio Branco, o Joraí logo arrumou uma vaguinha na zaga central do Andirá, que por aqueles dias não estava conseguindo reunir onze jogadores para entrar em campo. A chegada de um zagueiro de Xapuri se configurou perfeita para o então treinador Zé Américo.

Veio a estreia. Clássico contra um time chamado Floresta, que não ganhava uma. Pinheiro grudado no alambrado. Fim do primeiro tempo e o Andirá já perdia por 2 a 0, dois gols contra do Joraí. Foi aí que o Joraí tomou a melhor decisão da sua vida: pendurou as chuteiras e virou advogado!

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