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ESPORTE

Valadares Neto garante em entrevista que juridicamente nada impede Adem Araújo de assumir a presidência da FFAC

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DA REDAÇÃO

Cinco dias após o falecimento do presidente da Federação de Futebol do Acre, desportista Antônio Aquino Lopes (Toniquim), o advogado e jurista desportivo Francisco Valadares Neto, ex-Procurador de Justiça Desportiva da Federação de Futebol do Acre, cargo que exerceu ativamente por mais de 10 (dez) anos, falou durante entrevista ao site Na Marca da Cal sobre a perda do amigo e ainda dos rumores de bastidores a respeito do empresário Adem Araújo não assumir o cargo de presidente da FFAC deixado por Toniquim, isso levando-se em conta aspectos jurídicos.

Na entrevista, o jurista esportivo Francisco Valadares Neto descartou qualquer impossibilidade jurídica do empresário não assumir a vagância do cargo. Na entrevista, o jurista mostrou aspecto da lei que garante a legitimidade para o empresário Adem Araújo assumir o posto deixado por Toniquim até abril de 2027.

Na oportunidade, Valadares Neto falou de sua paixão pelo Independência, mas deixou nas entre linhas que pode ser o futuro presidente do Atlético Acreano, agremiação que presta serviço na área jurídica, mas que a candidatura será homologada apenas ser for consensual entre os participantes da atual gestão.

NA MARCA DA CAL: Como o senhor encarou o falecimento do presidente Antônio Aquino?

VALADARES: Bem, quando soube da notícia, fiquei muito surpreso, triste e vi como o ser humano é vulnerável. Na véspera do seu falecimento conversei com ele por telefone. Ele – polêmicas à parte – nos deixa um legado de amor pelo esporte, em especial o futebol. Ele foi uma pessoa de vanguarda, pensou o futebol além do seu tempo. Profissionalizou o esporte – isso também deveria ter sido seguido pelos dirigentes de clubes (não foi) -, proporcionando melhores condições para a prática da atividade. Elevou o futebol acreano em um patamar nacional, enfim seu legado é incontestável.

NA MARCA DA CAL: Qual era o seu relacionamento com o presidente Antônio Aquino?

VALADARES: No campo pessoal, sempre tive com o presidente Aquino um relacionamento franco e respeitoso com o presidente Antônio Aquino. Profissionalmente, ele apostou em mim no início de minha carreira. Por indicação dele, fui nomeado Procurador de Justiça Desportiva da Federação de Futebol, cargo que exerci por mais de 10 (dez) anos, participando ativamente – juntamente com o doutor Ricardo Santos – da elaboração do Código Brasileiro de Justiça Desportiva e, posteriormente, fui um dos fundadores do Tribunal de Justiça Desportiva na Federação de Futebol.

NA MARCA DA CAL: O que o senhor espera do futebol acreano?

VALADARES: O presidente Antônio Aquino deu uma enorme contribuição ao futebol acreano, isso é inegável. Muita coisa, todos nós sabemos, ainda precisa ser feita. Os clubes – e a federação também – precisam desenvolver um plano estratégico, através de uma estrutura organizacional eficiente com objetivos bem delineados, com uma gestão financeira transparente e enxuta. Parcerias são indispensáveis, não as que visam tão somente o dinheiro. Temos de buscar parcerias verdadeiras que façam que os clubes se estruturem verdadeiramente, como por exemplo com a criação de Centros de Treinamentos e espaços voltados a seus torcedores, sócios e simpatizantes. O futebol não pode ser visto tão somente como um grande negócio econômico. Além disso, é preciso que se dê ênfase a base, formando não só atletas, mas seres humanos. Enfim, vários são os desafios.

NA MARCA DA CAL: O que espera do trabalho do empresário Adem Araújo a frente da federação de futebol?

VALADARES: Sua trajetória de vida fala por si. O Adem Araújo, amigo pessoal meu e de minha família, é um empresário de visionário, criativo, determinado, hábil, líder, comunicativo e um apaixonado pelo esporte. Estes predicativos pessoais, inseridos na gestão da federação – tenho certeza de que serão -, trará enormes benefícios ao futebol acreano. O Adem, ao contrário do que muitos dizem, não vai continuar o trabalho do presidente Antônio Aquino. Ele vai aprimorar. Tenho certeza de que a federação será gerenciada de forma eficaz, legal e responsável.

NA MARCA DA CAL: Comenta-se, nos bastidores, que o empresário Adem Araújo não poderá assumir a federação. O que o senhor tem a falar sobre isso?

VALADARES: Esses rumores, os quais também tive conhecimento, são desrespeitosos e não passam de falácias. O desrespeito é sobremodos em memória do presidente Antônio Aquino Lopes. Essas pessoas – que criam teorias de conspirações (impossibilidade do Adem assumir a presidência da federação) sequer respeitam o luto e a dor dos familiares e amigos do presidente Antônio Aquino. Além disso, essas pessoas propagam raciocínio equivocado e enganoso que acredita ser válido. Não são. Inexiste qualquer empecilho para o que empresário Adem Araújo assuma a presidência da federação de futebol.

NA MARCA DA CAL: De onde tanta certeza da legitimidade do empresário Adem Araújo para assumir a federação?

VALADARES: Como jurista, não poderia ser diferente, da lei e dos regulamentos regentes da matéria. A Constituição Federal de 1988 (art. 217, I) confere autonomia das entidades desportivas quanto a sua organização e funcionamento. O Estatuto da CBF (art. 16), observando o art. 217 da CF/1988, estabelece que as federações filiadas – onde se inclui a acreana – regem-se pelos estatutos que adotarem. A CBF, portanto, confere autonomia as federações de futebol. Por sua vez, o Estatuto da FFAC (art. 34) é expresso em afirmar que ao vice presidente compete, dentre outras atribuições, substituir o presidente em caso de vacância do cargo, completando o mandato. Daí que, salvo falácias, não vejo qualquer impedimento legal para que o empresário Adem Araújo assuma a condução da federação de futebol.

NA MARCA DA CAL Agradeço ao senhor pela entrevista e pelos esclarecimentos, mas antes de terminar gostaria de perguntar ao senhor se, assim como é amplamente falado e apesar de ser tricolor assumido, se será candidato a presidência do Atlético Acreano?

VALADARES: Meu amigo Façanha, tinha certeza que essa indagação seria feita. Primeiro, reafirmar que, como você disse, sou torcedor declarado do Independência Futebol Clube aqui no estado do Acre. Mas, também como você sabe, nesses últimos anos acabei me identificando muito com o Atlético e, principalmente com os atleticanos. A convite do Marcelo, do Ricardo e de outros apaixonados atleticanos fui chamado para, como advogado, participar da gestão, tentando minimizar a grave crise econômica existente no clube, herdada de outros administradores. Essa luta diária me fez respeitar o clube azulino e as pessoas. Meu coração, posso dizer, também é atleticano.

NA MARCA DA CAL: O senhor não respondeu: procede, ou não, as informações que será candidato a presidência do Atlético Acreano?

VALADARES: Aprendi no seio de minha família a respeitar pessoas. Hoje o Atlético Acreano é gerido – e muito bem administrado – pelo Marcelo, pelo Ricardo, pelos outros membros da diretoria e pelos apaixonados atleticanos. Não vejo motivos para que eles – Marcelo e Ricardo – não continuem no comando do Atlético. Só não serão candidatos à reeleição se não quiserem. Terão meu apoio incondicional. Se, por acaso, não quiserem ser candidatos, creio que devemos levar a discussão para dentro do grupo para que possamos escolher um nome de consenso para continuar trilhando o caminho da responsabilidade e de restruturação do clube. Se entenderem que posso contribuir, não fugirei a responsabilidade, salvo se houver alguma incompatibilidade legal para tanto.

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