Fusão do PSDB com Podemos busca eleitores que estão correndo da polarização no Acre e no Brasil

Em 2024, uma pesquisa do Instituto DataSenado mostrou que 35% dos acreanos se declaram ser de direita, 11% de esquerda e 17%, de centro no espectro ideológico da política brasileira. No entanto, uma maioria de 47% diz não se enquadrar em nenhum viés – e é aí que pretende entrar a fusão do PSDB com o Podemos no Estado do Acre. O PSDB quer retomar os velhos tempos, quando sentava à mesa das grandes coligações, como a da Frente Popular do Acre que elegeu Jorge Viana (PT) e Cadaxo (PSDB) governador e vice do Estado do Acre, respectivamente. Atualmente, o partido anda meio sumido das disputas majoritárias: na eleição passada, esteve na coligação que elegeu Tião Bocalom mas só fez 1.010 votos nas eleições (0,22% do total). Já o Podemos teve um desempenho mais robusto: fez 13.001 votos (2,79% do total) numa campanha acirrada que teve o PP, PL e MDB como líderes.
Algumas perguntas ainda estão no ar e até mesmo a fusão não está completamente decidida. Enquanto isso, o escopo dessa união é, nas palavras de Gledson Pereira, presidente do PSDB do Acre, “fugir dos extremos”, de olho na imensa fatia do eleitorado que está no centro democrático ou em nenhum campo ideológico. “E dando à população, uma solução e uma outra via”, complemente Pereira, que é assessor do deputado Luiz Gonzaga, tucano de alta plumagem, cacique no Vale do Juruá junto com uns poucos políticos -e um dos dois nomes para comandar a nova sigla no Acre. “Sobre quem vai presidir no Acre, muito cedo para dizer, não podemos antecipar nada agora, existe um processo a ser seguido até esse momento de quem presidirá. Continuarei torcendo que possamos trazer para o Acre, lideranças que possam continuar ajudando o progresso do nosso Estado”, desconversa Pereira.
O outro nome, Ney Amorim, também é bem cotado. Ele não responde ao questionamento da reportagem mas o texto segue aberto para manifestações, caso os líderes do Podemos queiram.
A definição dos símbolos e logomarcas da nova sigla resultante da fusão entre PSDB e Podemos, por exemplo, é outro processo que ainda está em discussão. Alguns pontos importantes a considerar são a unificação da identidade visual para que a nova marca represente a união dos dois partidos, buscando elementos que simbolizem os valores e ideais de ambos.
Reconhecimento: segundo se apurou é importante que a nova marca seja facilmente reconhecida pelos eleitores, para garantir uma transição suave; e ´Modernização´: A identidade visual pode ser atualizada para refletir um posicionamento mais moderno e alinhado com as tendências atuais.
É possível que a nova sigla adote um novo nome e identidade visual, ou que elementos dos símbolos e logomarcas de ambos os partidos sejam combinados. A decisão final será tomada em conjunto pelas lideranças dos partidos, levando em consideração os objetivos estratégicos da fusão.
O Podemos tem buscado consolidar sua presença no Acre, com um crescimento relevante nas últimas eleições, participando de coligações importantes. Nas eleições presidenciais de 2022, o Podemos integrou a coligação “Brasil para Todos”, que lançou Simone Tebet (MDB) como candidata à presidência.
Já o PSDB possui uma trajetória consolidada no Acre, com participação em diversas eleições e representação em cargos políticos.
O PSDB, como um partido de histórico nacional, tem tido seus altos e baixos, no cenário acreano, conforme já mencionado e nas eleições de 2022, assim como o Podemos, também integrou a coligação “Brasil para Todos” em 2022, com Mara Gabrilli como candidata a vice-presidente.

Gledson, do PSDB

Ney Amorim, do Podemos