CULTURA & ENTRETENIMENTO
O espetáculo ‘Afluentes Acreanas’, de Jaqueline Chagas, faz um convite a se banhar nas correntes fluviais da história do nosso Estado
Eanes Henrique Enes / Fotos: Mag Araújo
Sobre o projeto, Jaqueline Chagas nos conta: “Afluentes Acreanas é um espetáculo muito importante para todos nós, falar da história do Acre e valorizar nossas origens é uma forma de incentivar outras pessoas a fazerem o mesmo. Assim, afluentes acreanas é um afago para o público acreano que vai poder mergulhar na nossa história, refletir e se orgulhar de quem somos”.
Sinopse
Afluentes Acreanas é um embarque fluvial pelas curvas do rio Acre, passando pelas afluentes da história acreana. Uma Acre antes de ser Acre, um rio de jacarés de cor barro, barro Acre.
Navegaremos pela história do Acre, lembrando quem foram os nomes que fizeram do Acre o que ele é hoje. Falar do passado é também falar do presente, o presente é reflexão para o futuro, assim, através do passado, navegamos para um Acre melhor, que o Acre seja visto com outros olhos após esse espetáculo, olhos formato de amêndoas.
O espetáculo tem data de estreia marcada para 18 de Setembro de 2021. Com temporada de apresentações em 19, 25, 26 de Setembro e 02, 03, 09, 10 de Outubro de 2021. Às 19:30 horas no Memorial dos Autonomistas (ao lado da praça da revolução). Com classificação indicativa a partir de 12 anos. E tem lotação de 40 pessoas (por ordem de chegada). Obrigatório o uso de máscaras para permanecer no local.
Ficha Técnica
Dramaturgia: Jaqueline Chagas
Direção: Jaqueline Chagas
Poemas: Iandra Moraes
Produção: Hysnaip Moura
Elenco: Lonara Teixeira, Hysnaip Moura, Iandra Moraes.
Direção de arte: Jaqueline Chagas
Iluminação: Jaqueline Chagas
Operação de Luz: Biah Araújo
Figurino: Naomhy Narrimann
Artes: Wesley Silva
Fotografia: Bianca Cabanelas
Assistente: Klaryta
Apoio: Jardins Guest House, Sicredi, Sweet Pam.
Espetáculo financiado pela Lei Aldir Blanc através da Fundação Elias Mansour.
História do espetáculo
“Esta dramaturgia é uma homenagem a minha bisa Angelita e bisa Nair, vó Marlene e vó Neuza, pois foi através das histórias delas que tudo começou.” -Maria Jaqueline Chagas.
Sobre como nasceu o espetáculo, Jaqueline Chagas apresenta em seu portfólio do projeto:
“Foi em 2018 que começou a nascer Afluentes Acreanas, durante uma aula eu fui questionada por uma professora sobre a origem da minha ascendência indígena, eu não soube responder, eu sabia que tinha, mas não fazia ideia de qual ou de onde vinha a história da minha família, ninguém falava muito sobre.
Sei que eu nasci no seringal Transval em Tarauacá e que minha bisa é do rumo do Humaitá, pouca informação, mas suficiente para ela me dizer que era Huni Kuin que predominava lá, eu me lembro da satisfação de finalmente ter certeza de alguma coisa. Depois de um tempo, meu avô meu contou que minha bisavó, índia brava, foi pega a cachorro no meio da mata. Uma índia correndo pela mata foi caçada por um cachorro até ser pega e amansada, dela veio minha ascendência. Ainda em 2018 eu tinha acabado de ter tido contato com meu bisavô, e enquanto fazia mais uma espingarda ele contava as histórias dele, e elas ainda faziam eco na minha mente. Um homem conhecido pela fama de matador de índio, trabalho que ele tinha orgulho, fugiu para o Acre para escapar da prisão depois que matar os indígenas virou crime. E foi assim, ouvindo as histórias deles que eu quis saber mais de mim e quanto mais eu descobria, mais eu tinha vontade de falar sobre isso, sobre como o Acre realmente foi formado.
Em 2019 eu e a Iandra Moraes estávamos nessa onda muito forte de busca pelas nossas origens, eu por causa das histórias dos meus bisas e ela por causa de um projeto de pesquisa da Ufac, daí começamos a ler alguns livros, entre eles ‘Histórias Acreanas no miolo de pote’ do Marcos Vinicius, que abriu meus olhos para muitas histórias populares do Acre, um livro muito rico e que me deu várias ideias, daí também tive contato com um material produzido em 2010 pela prefeitura de Rio Branco, sobre os municípios do Acre.
O espectador conhece o ponto de vista que está nos livros das escolas e conhece aquelas histórias que são contadas de boca a boca, como as dos meus bisavós. No final, a gente só pede respeito para com aqueles que pisaram aqui e deixaram seu sangue em nossas terras e orgulho no peito acreano porque em meio a tudo isso, nós somos quem somos, graças a essas pessoas. No final de 2019 o texto ‘Afluentes Acreanas’ estava pronto e no mesmo período teve sua montagem aprovada por um edital da Fundação Garibaldi Brasil e apresentou somente no mês de Dezembro de 2020 devido a pandemia da Covid-19.
O espetáculo conta com o figurino desenhado por Naomyh Narrimann e artes gráficas de Wesley Souza, ambos os trabalhos foram feitos a partir das ideias da direção de Jaqueline Chagas, tudo devia remeter a história do Acre e suas cores, além disso, o bordado era algo importante nos figurinos, pois também são uma marca da direção”.
Ainda em 2020, a dramaturga Maria Jaqueline Chagas recebeu o terceiro lugar do Prêmio de Literatura da Fundação Garibaldi Brasil, na categoria dramaturgia. Além disso, através da lei Aldir Blanc, o espetáculo foi aprovado para realizar 12 apresentações divididas em duas temporadas, quatro apresentações em Janeiro de 2021 e oito em setembro de 2021, contando com uma nova identidade visual, mas com o mesmo designer e figurinista, desta vez o espetáculo quis trazer cor e referências mais fortes ao Acre e aos que ajudaram nosso estado a se formar.
Com a mudança de faixa amarela para vermelha na cidade de Rio Branco, a temporada que iria até fevereiro no memorial dos autonomistas, foi remarcado para o dia 18 de Setembro de 2021. O espetáculo recebeu o convite para fazer parte da Mostra Aldir Blanc da SP Escola de Teatro, para representar o Norte.
Contato:
(68) 99229-8226
@afluentesacreanas
Email: jaque14nascimento@gmail.com
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