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Jornal do Petróleo diz que Xapuri ‘parou no tempo’ e foge do padrão com casas de madeira que guardam histórias fascinantes
Cidade do interior do Acre preserva paisagem urbana única, com casas de madeira centenárias que contam a história dos seringueiros e da floresta
No interior do Acre, a cidade de Xapuri impressiona por sua paisagem urbana feita quase inteiramente de madeira. Ali, casas antigas seguem firmes, resistindo ao tempo e às mudanças que transformaram outras cidades brasileiras. Em Xapuri, morar é também manter viva uma história.
Origens ligadas ao ciclo da borracha
Fundada oficialmente em 1883, Xapuri surgiu durante o ciclo da borracha. O município cresceu às margens do rio Xapuri e se tornou um centro estratégico da extração e comércio da borracha.
A cidade atraiu comerciantes e seringalistas, muitos deles sírio-libaneses. Com a prosperidade, surgiram os primeiros bairros, quase todos construídos com madeira retirada da floresta.
Paisagem urbana que lembra o passado
Caminhar pelas ruas de Xapuri hoje é como voltar ao passado. A cidade ainda possui muitas casas de madeira com mais de 70 ou 80 anos.
Essas construções têm paredes de tábuas verticais, janelas com venezianas, varandas e telhados inclinados.
Casa de Chico Mendes é símbolo de resistência
Uma das mais conhecidas é a casa de Chico Mendes. O líder seringueiro, assassinado em 1988, morava em uma casa de madeira no bairro da Gameleira.
O imóvel segue de pé, pintado de verde-claro, e hoje é tombado pelo IPHAN. É um símbolo da história da cidade e da luta ambiental na Amazônia.
Muitas casas foram erguidas sem plantas, com técnicas passadas oralmente. Cada construção carrega uma história e uma adaptação ao clima, ao relevo e à cultura local.
Modernização avança, mas moradores resistem
Com o tempo, o concreto e os prédios modernos chegaram também a Xapuri. Algumas áreas mudaram. Mas grande parte da população resiste às novas tendências e prefere manter as casas como são.
O conforto térmico, o charme rústico e o valor emocional das construções de madeira ainda falam mais alto.
Centro histórico de madeira ainda predomina
Não há números oficiais recentes sobre quantas casas de madeira existem na cidade. Mas registros fotográficos e levantamentos mostram que elas continuam predominando, principalmente nos bairros antigos e nas áreas próximas ao rio.