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Irônico: Homem que chamou Vagner Sales de corrupto em carro de som em Cruzeiro do Sul é obrigado a ler nota nas ruas se desmentindo
Uma cena no mínimo curiosa – para não dizer surreal – chamou a atenção em Cruzeiro do Sul, interior do Acre.
O Cabral, locutor de carro volante, conhecido por sua voz marcante e suas opiniões ainda mais afiadas, foi obrigado a circular pelas ruas da cidade lendo em alto-falante uma “nota de esclarecimento”, imposta por decisão judicial. O motivo? Ele chamou o ex-prefeito Vagner Sales de corrupto em um grupo de WhatsApp, durante as eleições municipais do ano passado.
Sim, você leu certo. O mesmo Vagner Sales que já foi condenado por improbidade administrativa, com direito a bloqueio de bens e reconhecimento judicial de desvio de recursos, agora se viu no papel de vítima de ofensa à honra. E a punição caiu sobre Cabral, que ousou dizer o que já constava nos autos de outros processos.
A cena remete a um roteiro de comédia: um homem punido por dizer em voz alta aquilo que a própria Justiça já atestou no passado. O crime? Dizer o óbvio. O detalhe incômodo? Dizer o óbvio no grupo errado, na hora errada e contra a pessoa errada.
Vagner, por sua vez, mais uma vez demonstra sua habilidade para permanecer no centro das atenções – ora como ex-gestor condenado por desviar recursos, ora como ofendido por quem se atreve a lembrar disso. Em ambos os casos, quem paga a conta parece ser sempre alguém que não ocupa os mesmos palcos do poder.
Para muitos em Cruzeiro do Sul, Cabral agora se torna uma espécie de símbolo: o homem que foi punido por falar aquilo que muitos pensam e que, para todos os efeitos, já está registrado nos tribunais.
Enquanto isso, a cidade assiste a mais um capítulo da velha política, onde ser condenado por corrupção é um fardo administrável – mas ser chamado de corrupto pode custar caro. Uma ironia que dispensa legendas, mas que ganhou, desta vez, alto-falantes e carimbo oficial.