GOSPEL
Ataque a tiros durante culto na Nigéria deixa pastor e fiéis mortos
Durante um culto realizado na noite de segunda-feira, 8 de julho, homens armados atacaram a Igreja Batista Bege na vila de Yaribori, no Condado de Kafur, estado de Katsina, no noroeste da Nigéria. O atentado resultou na morte do pastor batista Rev. Emmanuel Na’allah Auta e do fiel Mallam Samaila Gidan Taro, além do sequestro de uma mulher cuja identidade não foi revelada. Segundo o portal TruthNigeria, os agressores, entre 15 e 20, falavam com sotaque fulani.
Ataques em série
No centro do país, no estado de Plateau, a violência tem sido recorrente. Segundo relatos relatados pelo The Christian Post, cerca de 20 cristãos foram mortos apenas no mês de junho em ataques atribuídos a pastores Fulani. A localidade de Mangu, em especial, tem sido alvo constante de agressões.
No dia 11 de junho, oito cristãos foram mortos na vila de Chicim. No dia anterior, sete cristãos foram assassinados na aldeia de Bwai, segundo relatos de moradores locais. As comunidades afirmam que os pastores agem em ataques organizados, muitas vezes em regiões de difícil acesso para forças de segurança.
80 cristãos mortos desde maio no condado de Bokkos
Desde maio, o condado de Bokkos registrou ataques a 13 aldeias majoritariamente cristãs. Estima-se que 80 pessoas foram mortas e dezenas de casas destruídas. Entre os ataques mais recentes, estão os de 29 de junho, que atingiram as vilas de Tulus, Hokk e Juwan. No vilarejo de Hokk, a casa de um pastor foi incendiada.
Conflito de terra e ideologia
Embora a etnia Fulani seja composta majoritariamente por muçulmanos de diferentes clãs e tradições, uma parcela tem aderido a ideologias extremistas. Em um relatório publicado em 2020 pelo Grupo Parlamentar Multipartidário para a Liberdade ou Crença Internacional (APPG) do Reino Unido, os autores apontaram que parte dos Fulani “adota uma estratégia comparável à do Boko Haram e do ISWAP e demonstra clara intenção de atingir cristãos e símbolos poderosos da identidade cristã”.
Os mais perseguidos do mundo
De acordo com a Lista Mundial da Perseguição 2025, elaborada pela missão Portas Abertas, a Nigéria é um dos países mais perigosos do mundo para professar a fé cristã. Entre os 4.476 cristãos mortos por sua fé em todo o mundo durante o período do relatório, 3.100 foram na Nigéria — o que representa 69% dos casos.
Além disso, um novo grupo extremista islâmico denominado Lakurawa surgiu no noroeste da Nigéria. Armado com tecnologia avançada, o grupo é ligado à insurgência da Al-Qaeda no Mali, conhecida como Jama’a Nusrat ul-Islam wa al-Muslimin (JNIM). Seu objetivo declarado é a expansão da ideologia islâmica radical no território.