GERAL
Mais de 20 toneladas de murumuru por ano mobilizam 53 comunidades no Acre e Amazonas
Com produção anual de 20 toneladas de manteiga de murumuru, enviada a pelo menos três grandes empresas de cosméticos, a Coopercintra reúne extrativistas de 53 comunidades rurais em cinco municípios do Acre e do Amazonas. A cadeia produtiva movimenta famílias em Rodrigues Alves, Porto Walter, Cruzeiro do Sul, Guajará e Ipixuna, unindo renda, preservação e inclusão social.
“O murumuru hoje é uma fonte de renda dentro das famílias. Antes era visto como apenas um espinheiro na mata. Hoje virou renda complementar e ajuda a preservar a natureza”, afirma Queline Souza, diretora executiva da cooperativa.
Ela destaca que “os nossos produtores são os principais guardiões da floresta, porque entendem que dali vem o sustento de suas famílias”.
“Minha vida sempre foi aqui. Se derrubar a floresta e matar os pés de murumuru, não teremos trabalho. É fundamental manter tudo preservado”, diz Cleisson Oliveira, selecionador de amêndoas há mais de 10 anos.
O coletor Antônio Carlos da Costa lembra que “o trabalho mais difícil é feito na mata, como limpar o entorno e cuidar para não ter cobra nos cachos. Mas é dali que tiramos nossa renda”.
No viveiro florestal, 15 famílias atuam no reflorestamento. “Queremos enriquecer áreas e aproximar os pés de murumuru das moradias dos produtores”, projeta Queline.
“Depois de reflorestar outras espécies, vamos iniciar o plantio de murumuru, porque os pés estão muito distantes”, acrescenta.
Para ela, “o murumuru é mais que um produto, é um elo entre tradição, sustentabilidade e inovação”.