Pés livres de mau cheiro e infecções: dermatologista ensina como evitar chulé e pé de atleta com cuidados simples

O mau cheiro nos pés, conhecido como chulé, e a infecção fúngica chamada pé de atleta são problemas comuns que afetam milhões de pessoas. Embora pareçam simples, essas condições estão diretamente ligadas à forma como cuidamos dos nossos pés no dia a dia. Segundo o dermatologista Cauê Cedar, da Sociedade Brasileira de Dermatologia, medidas básicas de higiene podem fazer toda a diferença na prevenção.

Os pés são naturalmente propensos à umidade e ao calor. Cada sola possui cerca de 250 mil glândulas sudoríparas, responsáveis por regular a temperatura corporal. No entanto, essa produção de suor, somada à presença de células mortas e à pouca ventilação causada pelo uso constante de sapatos fechados e meias, cria um ambiente ideal para a proliferação de bactérias e fungos.

Esses microrganismos se alimentam do suor e das células da pele, liberando compostos químicos que causam o odor característico do chulé. Já o pé de atleta, também conhecido como frieira, é uma infecção fúngica que costuma começar entre os dedos, provocando coceira, descamação e rachaduras. É altamente contagiosa e pode se espalhar com facilidade, especialmente quando há compartilhamento de calçados ou meias.

A principal recomendação do especialista é lavar os pés diariamente com água morna e sabonete neutro, utilizando uma esponja macia para remover impurezas. Após a lavagem, é essencial secar bem os pés com uma toalha limpa, inclusive entre os dedos, para evitar o acúmulo de umidade. O uso de talcos ou sprays específicos para os pés também é indicado, desde que não provoquem irritações.

Cedar alerta que o uso de sapatos sem meias aumenta o risco de mau cheiro e lesões na pele, que podem servir de porta de entrada para microrganismos. Além disso, tecidos naturais como algodão e lã são os mais recomendados para as meias, pois permitem melhor respiração da pele e absorção do suor.

Em casos de suor excessivo, conhecido como hiperidrose, o dermatologista recomenda procurar ajuda médica. Existem tratamentos específicos, que vão desde medicamentos até procedimentos como aplicação de toxina botulínica ou cirurgia para bloqueio de nervos.

Manter os pés limpos, secos e bem cuidados é mais do que uma questão de conforto — é uma medida essencial de saúde. E, como reforça o especialista, sapatos e meias são itens de uso pessoal. Compartilhá-los pode parecer inofensivo, mas representa um risco real para a saúde da pele.