POLÍTICA
CPI do INSS: relator propõe ouvir ex-ministros da Previdência e concentrar investigações a partir de governo Dilma
O relator da CPI mista do INSS, deputado Alfredo Gaspar (União-AL), apresentou nesta terça-feira (26) o plano de trabalho que vai nortear os próximos passos da comissão parlamentar de inquérito. A proposta inclui a convocação de ex-ministros da Previdência e ex-presidentes do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), com foco em gestões a partir do governo Dilma Rousseff.
Gaspar defende que a investigação seja dividida em seis eixos principais: mapeamento do esquema fraudulento, identificação dos envolvidos, impacto nas vítimas e no erário, rastreamento do dinheiro, análise de falhas institucionais e propostas legislativas para evitar novas fraudes.
A CPI foi instaurada para apurar irregularidades em benefícios previdenciários, com prejuízos estimados em até R$ 6,3 bilhões, segundo dados da Polícia Federal e da Controladoria-Geral da União. O esquema envolvia descontos mensais indevidos em aposentadorias e pensões, supostamente realizados por entidades que forjavam cadastros e não prestavam serviços reais aos beneficiários.
Durante a apresentação, Gaspar reforçou seu compromisso com a imparcialidade e afirmou que será “duro e implacável com todos aqueles que cometeram crimes, independente do governo”. Ele também revelou ter recusado um convite para visitar o ex-presidente Jair Bolsonaro, atualmente em prisão domiciliar, como forma de preservar a neutralidade dos trabalhos.
A comissão já recebeu mais de 900 requerimentos e deve iniciar as convocações com nomes como Carlos Lupi, ex-ministro da Previdência, e Frei Chico, irmão do presidente Lula, ligado ao Sindicato Nacional dos Aposentados, uma das entidades investigadas.
O relator espera que o relatório final da CPI traga não apenas responsabilizações, mas também propostas concretas para fortalecer os mecanismos de controle e proteger os direitos dos aposentados e pensionistas.
Com informações do G1