GERAL
Banco Central determina que bancos rejeitem pagamentos para contas suspeitas de fraude
Em mais uma ação para combater o crime organizado e reforçar a segurança do sistema financeiro, o Banco Central (BC) anunciou nesta quinta-feira (11) uma nova norma que obriga instituições financeiras a rejeitarem transferências destinadas a contas com “fundada suspeita de envolvimento em fraudes”.
A medida entra em vigor imediatamente, e os bancos têm até o dia 13 de outubro de 2025 para adaptar seus sistemas. Segundo o BC, as instituições devem utilizar todas as informações disponíveis, incluindo dados públicos e privados, para identificar contas suspeitas.
Reforço na segurança
A nova norma se soma a outras ações anunciadas recentemente, como:
- Limites menores para transferências via PIX e TED (até R$ 15 mil) em instituições não autorizadas;
- Exigência de aprovação prévia do BC para entrada de novas instituições no sistema financeiro;
- Obrigatoriedade de certificação técnica para operar no sistema.
Essas medidas foram motivadas por uma série de ataques hackers registrados nos últimos meses, incluindo o desvio de R$ 4,9 milhões da fintech Monbank e cerca de R$ 710 milhões em transações não autorizadas envolvendo a empresa Sinqia.
Crime organizado na mira
A força-tarefa que investiga a atuação do Primeiro Comando da Capital (PCC) identificou o uso de fintechs e fundos de investimento para lavar dinheiro e ocultar patrimônio. O grupo teria deixado de pagar mais de R$ 7,6 bilhões em impostos, utilizando postos de combustíveis como fachada.
O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, reforçou que tantos bancos tradicionais quanto fintechs são vítimas do crime organizado. “É um criminoso usando aquilo, não é um banco e nem uma fintech”, afirmou.