ESPORTE
Curiosidades de uma Copa
Não é a primeira vez que eu digo isso, mas não custa lembrar: o que a gente vê de um jogo de futebol, aquilo que se passa dentro das quatro linhas nos noventa minutos (mais os acréscimos, é claro) regulamentares, é quase nada. Antes e depois muita água passa por debaixo das pontes e pinguelas.
Um dia desses, nesse sentido do turbilhão de fatos que acontecem além do jogo em si, um amigo meu, no caso o Leonardo Nascimento, me apresentou uns fatos curiosos da Copa do Mundo de 1958, aquela jogada nos gramados da Suécia, a primeira que a seleção brasileira ousou conquistar.
Uma das curiosidades diz respeito ao prêmio irrisório (levando-se em conta os valores praticados nos dias atuais) que cada jogador da seleção recebeu pela conquista do título: dois mil dólares. Ou seja, pouco mais de dez mil reais, o que não daria hoje nem para comprar um celular top de linha.
É verdade que havia uma enorme diferença entre o valor do dólar daquele tempo para hoje, do que se podia adquirir com esse montante no final da década de 1950 e do que se pode adquirir hoje com igual número. Mas, ainda assim, como diria aquele velho poeta, “era um dinheiro de pinga”.
Outra situação curiosa se deu logo depois do apito final de Sua Senhoria, o árbitro francês Maurice Guige, quando se consolidou a vitória do Brasil contra a Suécia. Foi o momento em que o dentista da delegação do Brasil, Mário Trigo, abraçou o rei da Suécia e disse: “Oi, king, tudo bem?”
Dizem testemunhas da época que o rei, apesar de não saber nem pedir água em português, sorriu divertido, não deixou que os seus seguranças dessem uma gravata no “brazilian crazy”, retribuiu o abraço, deu dois tapinhas na cabeça do dentista e comentou (com sotaque): “Ô loco, meu!”
E tem também na lista das curiosidades a história do prêmio que o francês Just Fontaine ganhou por ter sido o artilheiro do torneio (o cara fez 13 gols, marca nunca mais alcançada numa edição de mundial). Marroquino de nascimento, Fontaine ganhou como prêmio um moderno fuzil de caça.
O boato que surgiu na época para o fato de um jogador de futebol receber como prêmio um fuzil de caçador era o de que o artilheiro “precisava melhorar a pontaria”. É que apesar dos 13 gols marcados, os detratores diziam que ele poderia ter feito mais, se a mira dele tivesse um pouco melhor.
É isso. São muitas as curiosidades. Nesse texto de hoje eu só contei três. O espaço que me cabe nesse latifúndio virtual chegou ao fim, mal eu comecei a desfiar as historietas que me foram passadas pelo amigo Leonardo Nascimento. Qualquer dia eu prometo contar outras. Promessa de candidato!
NA MARCA DA CAL