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Cúpula Internacional oficializa cessar-fogo em Gaza sem presença de Israel e Hamas
Em um marco histórico para o Oriente Médio, líderes de mais de 20 países se reuniram nesta segunda-feira (13) na cidade egípcia de Sharm El-Sheik para assinar um acordo de cessar-fogo na Faixa de Gaza. A iniciativa, liderada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, contou com a presença de figuras como Abdul Fatah al-Sisi (Egito), Recep Tayyip Erdogan (Turquia), Tamim bin Hamad Al Thani (Catar), Emmanuel Macron (França), Giorgia Meloni (Itália), Keir Starmer (Reino Unido) e Mahmoud Abbas (Autoridade Palestina).
Curiosamente, os principais protagonistas do conflito — Israel e o grupo Hamas — não participaram da cerimônia. A assinatura ocorreu poucas horas após o Hamas libertar os últimos 20 reféns israelenses vivos mantidos em Gaza, encerrando um ciclo de sequestros iniciado em outubro de 2023.
Trump declarou que “a era do terror no Oriente Médio acabou” e anunciou o início da segunda fase do plano de paz, que prevê a reconstrução de Gaza e a definição de sua governança. O plano, apresentado pela Casa Branca no fim de setembro, inclui a formação de um conselho internacional para supervisionar o território no pós-guerra, embora detalhes sobre sua estrutura ainda estejam indefinidos.
O cessar-fogo também prevê o fim dos bombardeios israelenses e a retirada gradual das tropas, reduzindo a ocupação de Gaza de 75% para 53%. Como contrapartida, Israel iniciou a libertação de cerca de 2 mil prisioneiros palestinos, incluindo 250 condenados à prisão perpétua.
Apesar do avanço diplomático, pontos críticos permanecem em aberto, como o desarmamento do Hamas e a aceitação de uma tutela estrangeira na administração de Gaza — ambos rejeitados pelo grupo.
A cúpula foi descrita por Trump como “um triunfo incrível para Israel e para o mundo”, mas a ausência do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, que alegou compromissos religiosos, levantou dúvidas sobre o comprometimento pleno de Israel com o acordo.
O mundo agora observa os próximos passos dessa iniciativa que, contra todas as expectativas, pode representar o início de uma nova era de paz no Oriente Médio.