POLÍTICA
Ex-presidente do PT, Cesário Braga desafia visão ambiental da ministra e defende exploração econômica da Amazônia
O debate sobre o futuro da Amazônia ganhou novos contornos dentro do próprio governo Lula. Em entrevista ao podcast da jornalista Marcela Jansen, o superintendente do Ministério do Desenvolvimento Agrário no Acre, Cesário Braga, ex-presidente do PT, contrariou publicamente a postura da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, ao defender a exploração de petróleo e minerais raros na região.
“A Amazônia precisa pensar projetos de longo prazo. Se há riqueza, que ela seja explorada com responsabilidade e gere emprego e desenvolvimento”, afirmou Braga, ao citar a Foz do Amazonas e o potencial das terras raras.
A posição do petista confronta diretamente a de Marina, que tem sido a voz mais intransigente contra qualquer avanço de atividades extrativistas na floresta. Braga foi além: também defendeu a pecuária familiar, atividade que a ministra considera uma das responsáveis pelo desmatamento. “Criamos um preconceito com o produtor de gado. O boi é parte da renda e da vida do agricultor. O importante é seguir as regras e cuidar bem do pasto”, disse.
Enquanto Marina insiste em limitar atividades produtivas na Amazônia, Cesário propõe um equilíbrio entre conservação e desenvolvimento. O embate revela uma fissura ideológica no governo entre quem é a favor do desenvolvimento e os ambientalistas que defendem a preservação total — um dilema que reacende o velho conflito entre progresso e floresta.