A Prefeitura de Rio Branco, por meio do Serviço de Água e Esgoto (Saerb), em parceria com a Defesa Civil Municipal, está monitorando a alta turbidez do Rio Acre, que vem afetando o tratamento e a distribuição de água na capital. Em coletiva de imprensa, nesta segunda-feira (20), a autarquia explicou que a situação é consequência do aumento repentino de sedimentos no rio, devido as chuvas fora de época após um longo período de estiagem.
A turbidez do Rio Acre permanece em níveis críticos há nove dias consecutivos, comprometendo o tratamento e a distribuição de água na capital. Entre os dias 11 e 20 de outubro, o Saerb registrou turbidez superior a 1.000 NTU, valor completamente fora da normalidade, já que o pico anual costuma durar no máximo três dias. Em três desses nove dias, os índices ultrapassaram 2.000 NTU.
A situação é consequência do aumento repentino de sedimentos no rio, causado por chuvas fora de época após um longo período de estiagem. (Foto: Vitória Souza/Secom)
Em períodos de estiagem — especialmente no verão —, o nível costuma cair para cerca de 70 NTUs, o que torna o cenário atual excepcionalmente crítico. De acordo com o diretor-presidente do Saerb, Enoque Pereira, a turbidez está acima do normal há nove dias, chegando a mais de 2.000 unidades, quando o limite ideal para o tratamento é até 800.
“Para manter a qualidade da água, tivemos que reduzir em cerca de 20% a vazão do tratamento”, explicou Enoque Pereira. (Foto: Vitória Souza/Secom)
“Para manter a qualidade da água, tivemos que reduzir em cerca de 20% a vazão do tratamento. Nossas bombas estão operando normalmente, mas a turbidez dificulta o processo”, explicou.
O dirigente pediu a colaboração da população para evitar o desperdício de água neste período. (Foto: Vitória Souza/Secom)
Para evitar o envio de água fora dos padrões de qualidade, o Saerb reduziu a produção das Estações de Tratamento (ETAs) de 1.600 litros por segundo para 1.300, chegando a 1.200 litros por segundo em quatro dos últimos nove dias. A medida visa garantir a potabilidade da água distribuída e preservar o sistema.
Segundo o órgão, as equipes estão atuando para equalizar o abastecimento nas regionais e assegurar que todos os bairros recebam ao menos o volume mínimo necessário. O dirigente pediu a colaboração da população para evitar o desperdício de água neste período. “É essencial usar a água de forma consciente, especialmente agora, para que todos tenham acesso ao abastecimento”, reforçou.
“A turbidez sempre foi um desafio, mas desta vez ela se prolongou”, informou Claúdio Falcão. (Foto: Vitória Souza/Secom)
O coordenador da Defesa Civil Municipal, tenente-coronel Cláudio Falcão, destacou que o fenômeno é atípico e resultado da oscilação do nível do rio provocada por chuvas não previstas para esta época do ano.
“A turbidez sempre foi um desafio, mas desta vez ela se prolongou. O Saerb e a Prefeitura estão acompanhando a situação e estudam a adoção de um plano de contingência para minimizar os impactos”, informou.
Segundo Falcão, o monitoramento se estende desde a nascente do Rio Acre, no Peru, onde foram identificados fatores agravantes. (Foto: Vitória Souza/Secom)
Segundo Falcão, o monitoramento se estende desde a nascente do Rio Acre, no Peru, onde foram identificados fatores agravantes, como a redução da mata ciliar e garimpos ilegais que aumentam a quantidade de sedimentos.
Estamos atentos para garantir a segurança hídrica de Rio Branco e manter o abastecimento das cerca de 150 mil residências atendidas pelo sistema. (Foto: Vitória Souza/Secom)
“Estamos atentos para garantir a segurança hídrica de Rio Branco e manter o abastecimento das cerca de 150 mil residências atendidas pelo sistema”, completou.
A Prefeitura de Rio Branco e o Saerb reforçam o pedido para que os moradores usem a água com responsabilidade até que o nível de turbidez volte ao normal e o tratamento possa ser restabelecido em sua capacidade total.