Medicamento contra tipo agressivo de câncer é adquirido pelo Governo do Acre

O Acre deu mais um passo importante na luta contra o câncer de mama. O estado recebeu nesta sexta-feira, 24, o primeiro lote com 26 unidades do medicamento Trastuzumabe Entansina (T-DM1), indicado para o tratamento do câncer de mama do tipo HER2-positivo, uma das formas mais agressivas da doença. Esta é a primeira vez que o fármaco chega ao Acre por meio do Sistema Único de Saúde (SUS).

O medicamento, enviado pelo Ministério da Saúde, combina quimioterapia e anticorpo em uma única molécula, oferecendo um tratamento mais eficaz e com menos efeitos colaterais. Ele é indicado principalmente para mulheres que ainda apresentam doença ativa após cirurgia ou quimioterapia. Estudos mostram que o uso do T-DM1 reduz o risco de recorrência e melhora as taxas de sobrevida, sendo considerado um dos maiores avanços no tratamento do câncer de mama nos últimos anos.

As doses já estão disponíveis na Unacon (Unidade de Alta Complexidade em Oncologia), referência estadual em tratamento oncológico. A distribuição será feita conforme prescrição médica, e novos lotes poderão ser solicitados conforme a demanda.

O T-DM1 é especialmente eficaz para pacientes com doença residual após o tratamento inicial, podendo reduzir em até 50% o risco de recidiva e praticamente dobrar a sobrevida.

A expectativa é que entre 12 e 15 mulheres por ano no Acre sejam beneficiadas com o novo tratamento. O chefe do Departamento de Assistência Farmacêutica da Sesacre, Marcelo Xavier, explicou que a chegada do medicamento é resultado da recente incorporação da substância ao SUS, garantindo acesso gratuito e seguro para pacientes da rede pública.

O Acre é um dos primeiros estados da Região Norte a receber o medicamento, um passo importante na descentralização do tratamento oncológico. A chegada do T-DM1 reforça o preparo do estado para terapias de alta complexidade, com infraestrutura adequada e equipe técnica especializada, consolidando a Fundação Hospitalar Governador Flaviano Melo (Fundhacre) como referência na região.

A compra nacional do medicamento foi feita pelo Ministério da Saúde, com uma redução de 50% no preço de mercado, gerando economia de R$ 165,8 milhões. O Acre não teve custo direto neste primeiro lote, totalmente financiado pelo governo federal. No futuro, os estados poderão adquirir o fármaco por meio do novo modelo de compra descentralizada via APAC, com repasse de recursos federais — o que deve agilizar o acesso das pacientes.