POLÍTICA
Almoço em Rio Branco celebra 60 anos de fundação do Progressistas, o antigo PDS e PP
Jorge Natal
Um dos partidos mais tradicionais da política brasileira, o Progressistas realizou nesta segunda-feira, 27, comemoração de seus 60 anos. Pela manhã foi oferecido um café da manhã na Assembleia Legislativa. Ao meio dia, aconteceu um almoço e o lançamento de uma revista alusiva à data.
Além de filiados e militantes de todos municípios, a atividade também reuniu vereadores, prefeitos e deputados estaduais e federais. “Este é um momento sublime, afinal, somos sessentões”, disse um dos organizadores do evento e vice-presidente da legenda, Lívio Veras.
Um dos momentos mais emocionantes, foi a foto histórica, algo apenas comparado ao primeiro encontro regional do partido, que aconteceu no início dos anos 90. “Eu estava naquela foto na escadaria do Palácio Rio Branco e hoje estou aqui”, lembrou um dos integrantes mais tradicionais da sigla, José Bestene.
As origens do partido estão ligadas à fundação da Aliança Renovadora Nacional (Arena), partido político predominantemente conservador. Sua criação ocorreu em decorrência do Ato Institucional Nº 2, de 27 de outubro de 1965, e do Ato Complementar Nº 4, de 20 de novembro de 1965.
Ambos os atos foram baixados pelo Regime Militar e encerraram o pluripartidarismo, extinguindo os 13 partidos políticos legalizados no País e determinando a implantação do bipartidarismo. À época, o Brasil e o mundo viviam sob a polarização geopolítica, divididos entre aliados dos EUA ou da URSS.
Com a abertura política (1979) e o retorno do pluripartidarismo, a Arena passou a se chamar PDS, momento em que se decidia a sucessão do presidente João Figueiredo (1979-1985). O partido conseguiu impedir o restabelecimento das eleições diretas, mas não evitou a disputa interna pela candidatura presidencial. O PDS dividiu-se em dois grupos e dois candidatos: o então ministro Mário Andreazza e o ex-governador Paulo Maluf. Com a vitória de Maluf na Convenção, o partido se desagregou. Uma de suas alas fundaria o PFL e se aliaria ao PMDB para apoiar Tancredo Neves, enquanto a outra seguiria seu caminho até a derrota no Colégio Eleitoral.
De partido de governo, o PDS entra em declínio na oposição, à espera de melhores dias, preservando seus espaços. A fragmentação do quadro partidário brasileiro, contudo, aumenta ao sabor das crises políticas pós-Constituinte de 1988. Com a gradual normalização da vida política nacional, após o impeachment do ex-presidente Collor de Mello, começa a renascer o atual Progressistas.
Em 1993, o PDS funde-se com o Partido Democrata Cristão (criado em 1988) e nasce o Partido Progressista Reformador (PPR). O reagrupamento de forças estaduais de perfil moderado e conservador, porém, não teria prosseguimento. Em 1995, o PPR promoveu nova fusão, agora com o Partido Progressista (PP), legenda criada no ano anterior, também por agregação de outras forças partidárias. Nascia, então, o Partido Progressista Brasileiro (PPB), desde logo comprometido com o apoio ao Plano Real, ao governo Fernando Henrique Cardoso e à estabilização econômica do Brasil.
Findo o governo FHC e completado mais esse ciclo na vida política do país, a Convenção Nacional do PPB, buscando inspiração nas transformações políticas internacionais, decidiu, em 4 de abril de 2003, retirar o “B” da sigla PPB, ficando apenas “PP” (Partido Progressista). Atualmente é apenas Progressistas.
A história construída nestas seis décadas, dá ao Progressistas o direito de se reivindicar um dos partidos mais consolidados no Brasil. A agremiação partidária integra o chamado “Centrão”, um bloco formado por oito partidos, que tem cerca de 250 parlamentares no Congresso Nacional. E, neste ano de 2025, formou uma federação com o União Brasil que resultou em números fabulosos: 109 deputados, 14 senadores, seis governadores, cerca de 1.400 prefeitos e 12 mil vereadores.




