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ESPORTE

Conheça a história do primeiro confronto entre as seleções do Acre e de Rondônia

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MANOEL FAÇANHA

Há pouco mais de 75 anos, precisamente no dia 1º de janeiro de 1950, ocorria, no lendário Stadium José de Melo, o primeiro confronto reunindo os selecionados do Acre e de Rondônia (antigo território do Guaporé). O duelo era válido pela abertura do XIX Campeonato Brasileiro de Futebol (Seleções) e vencido pelo time acreano com um gol assinalado pelo atleta estrelado Waldemar, aos 32 minutos da primeira etapa.

Imagem/Acervo Biblioteca Nacional

Uma semana depois, um novo duelo envolvendo os dois estados ocorreu na cidade de Porto Velho-RO. Um empate sem gols foi o resultado da partida, mas não o suficiente para o selecionado acreano avançar no torneio. Um terceiro jogo ocorreu no mesmo dia (08/01/1950) e apontou uma vitória rondoniense por 3 a 0. Pirralho, Nésio e Bráulio anotaram os gols da vitória dos rondonienses. Mesmo com esse triunfo do time do Guaporé, o classificado do duelo para a segunda fase do torneio saiu somente após um tempo extra (prorrogação de meia hora), onde apontou vitória pelo escore mínimo da equipe da casa por 1 a 0

Com a classificação, o time do Guaporé encarou na segunda fase do torneio o selecionado do Amazonas. No jogo da ida, vitória manauara por 4 a 1, enquanto na partida da volta, as equipes não passaram de um empate por 2 a 2.

AC X RO: conheça um pouco da história do 1º confronto

Num mergulho na história, consta que a delegação do antigo território Guaporé chegou à cidade de Rio Branco-AC, em voo especial dos Serviços Aéreos Cruzeiro do Sul, no dia 31/12/1949. A delegação era composta por 18 pessoas e chefiada pelo doutor Renato Medeiros. Os visitantes foram recepcionados por autoridades, entre elas, o governador em exercício do então Território do Acre, o tenente coronel Raimundo Pinheiro Filho. Consta em matéria veiculada no jornal O Acre que o goleiro Limero, por vários anos titular do Clube do Remo e da seleção paraense, foi ovacionado pelos presentes ao aeroporto.

Imagem da antiga torre do primeiro aeroporto de Rio Branco-AC, localizado no atual bairro Aeroporto Velho. Foto/Araújo.

Na sequência, a delegação do Guaporé deixou as antigas instalações do aeroporto de Rio Branco que, à época, funcionava no bairro Aeroporto Velho e foi conduzida ao centro de Rio Branco em embarcações do governo. O tenente coronel Antenor Dias de Carvalho fazia parte da delegação visitante, embora o representante do governo do Território do Guaporé fosse o doutor Joaquim de Araújo Lima.

Delegação do Guaporé foi conduzida ao centro de Rio Branco em embarcações do governo. Foto/Araújo

Stadium José de Melo recebe recorde de público

O primeiro confronto futebolístico entre acreanos e rondonienses sacudiu a então pacata capital do Território do Acre. O lendário Stadium José de Melo recebeu naquela tarde de 1º de janeiro de 1950 recorde de público: três mil pessoas pagaram ingressos e proporcionaram uma renda de CR$ 30.000,00.

O jogo teve transmissão da Rádio Difusora Acreana (ZYD-9) e o serviço de segurança na praça esportiva foi realizado pela extinta Guarda Territorial do Acre. Naquela longínqua época, quem respondia pela presidência da Federação Acreana de Desportos (FAD) era o doutor Edson Stanislau Afonso.

Governador Guiomard Santos envia telegrama

O tenente coronel José Guiomard Santos, então governador do extinto Território Federal do Acre, enviou telegrama da Capital da República (Rio de Janeiro) ao presidente do Conselho Regional de Desportos, tenente coronel Raimundo Pinheiro Filho, afirmando ter grande prazer em congratular com o referido Conselho, pela vitória alcançada para as cores acreanas.

Presidente João Goulart, ao lado de Guiomard Santos, assina a Lei 4.070, que elevou o Acre a Estado em 1962 Foto: CDIH

Confira a escalação do escrete acreano

No dia do confronto, o jornal O Acre divulgou na sua edição a escalação do time acreano com a seguinte formação: Eduardo; Barcelar, José, Vale e D’Avila; Caboclo, Cunha e Fernandinho; Sales, Rabelo e Tracajá. No entanto, o atleta Valdemar (autor do gol da vitória acreana, aos 32 minutos do primeiro tempo) ganhou uma vaga entre os titulares da equipe dos técnicos Rui Azevedo e Mário Lamas. Os goleiros Tinoco e Guimaraes também eram cotados para iniciar a partida.

Escudo e uniforme da Seleção Acreana de Futebol. Foto/Divulgação

O jogo foi dirigido pelo tenente Padilha, do quadro da Federação Amazonense de Futebol. O árbitro aplicou a regra de forma correta e arrancou elogios do jornal O Acre pela boa condução da partida.

Depois de 75 anos teremos novos embates dias 1º e 3/11

Passados pouco mais de 75 anos, novos embates entre as seleções dos dois estados estão programados para ocorrer em duas categorias: sub-15 e sub-17. Os jogos da ida estão marcados para o dia 1º de novembro, na cidade de Porto Velho-RO, enquanto as partidas da volta ocorrem no dia 3 de novembro, no estádio Tonicão, na cidade de Rio Branco-AC.

O embarque da delegação acreana com destino à cidade de Porto Velho-RO ocorre no início da tarde desta sexta-feira (31). O time segue em ônibus leito cedido pela equipe do Santa Cruz.

Colônia acreana no RJ congratula-se pela vitória

Da esquerda para a direita: Zagallo, Armando Nogueira, Garrincha, o fotógrafo João Piedade (de Três Pontas-MG, pai de Fábio Zambeli, fiel internauta de Milton Neves) e Didi. Em 1958, os cariocas foram ao sul de Minas, jogaram contra a Machadense e venceram a partida por 7 a 1. Emocionaram o barranco lotado do pequeno estádio de Machado-MG, as pernas finas e as meias enroladas de Zagallo, a camisa desbotada e as pernas tortas de Mané, o gramado pífio, o esparadrapo no joelho de Didi e os dois famosos jornalistas, tão jovens com suas máquinas fotográficas a tiracolo. Foto/Acervo do Terceiro Tempo.

Acreanos que, à época, viviam na cidade do Rio de Janeiro, entusiasmados com a vitória acreana, enviaram ao tenente coronel Raimundo Pinheiro Filho, presidente do Conselho Regional de Desportos, o seguinte e expressivo telegrama: “Nossas efusivas felicitações extensivas aos desportistas acreanos pelo brilhante feito alcançado pelo selecionado do Acre sobre a representação do Guaporé”.

Entre aqueles que assinam o telegrama aparece a figura do saudoso cronista esportivo Armando Nogueira (profissional iniciava naquele ano sua carreira no Diário Carioca), um acreano nascido na cidade de Xapuri, mas que fez muito sucesso no jornalismo brasileiro, sendo, inclusive, um dos principais idealizadores da criação do Jornal Nacional. Outros nomes que assinaram o telegrama foram: Ubirajara Ribeiro, Geraldo Mesquita, Heitor Araújo e Otávio Bomfim.

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