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RAIMUNDO FERREIRA

“O apressado come cru”, provérbio altamente popular, é uma das justificativas para a ociosidade: coluna do professor Raimundo

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em

JUSTIFICATIVAS PARA OCIOSIDADE

Raimundo Ferreira de Souza

Essas frases curtas, também conhecidas como provérbios ou filosofias populares, exercem uma função social importante: aconselhar, advertir e, ao mesmo tempo, transmitir ensinamentos. Algumas delas até possuem rimas, como recurso para facilitar a memorização. Em certas temáticas, podemos até encontrar um verdadeiro roteiro de comportamento — como no caso das orientações sobre não agir de forma precipitada.
Para início de conversa, um provérbio assegura que “o apressado come cru”. Se esse ditado popular contém alguma verdade, então o lerdo ou o acomodado têm toda a razão em não se apressar — afinal, se esperarem um pouco, comerão o alimento bem cozido ou bem passado.
Na mesma linha, outra filosofia popular afirma que “a pressa é inimiga da perfeição”. Ou seja, não devemos nos apressar; devemos esperar tranquilamente pela conclusão e pelo acabamento final, para que os nossos objetos de desejo estejam totalmente prontos.
Com base apenas nesses ensinamentos, já podemos concluir, a priori, que só devemos nos apressar — tentando ser ágeis e rápidos — em situações específicas, como quando estivermos prestes a perder um voo ou em condições de fuga diante de um perigo iminente.
Contribuindo com a mesma linha de pensamento, outro adágio popular afirma que “quem espera sempre alcança”. Essa sabedoria confirma a ideia de que não devemos nos apressar nem nos estressar diante dos problemas e dificuldades do dia a dia. Segundo o conhecimento popular, a melhor tática é esperar, pois certamente alcançaremos o que desejamos.
E para reforçar ainda mais essa filosofia paciente e contemplativa, há o ditado que diz: “vida boa não quer pressa”. Ou seja, nossa ociosidade, preguiça ou desânimo — se depender dessas sabedorias populares — estão plenamente assegurados pelos ensinamentos do saber popular.
Até nas situações de disputa, a sabedoria popular oferece consolo: “quem ri por último, ri melhor”. Assim sendo, sejamos pacientes — esperemos deitados, porque em pé cansa — e aguardemos as vitórias, pois elas podem demorar, mas vêm. E quando vierem, poderemos rir com gosto e em paz.
Não trabalhe não, pra ver no que dá…
Conta-se a história de um preguiçoso contumaz que vivia dizendo que queria arrumar um emprego. Um dia, foi finalmente convidado para trabalhar com carteira assinada. Ficou mais surpreso que contente. Na véspera, passou um bom tempo meditando à janela, quando avistou uma revoada de borboletas amarelas. Intrigado, pensou se aquilo não seria um sinal. Pesquisou no Google e descobriu que borboletas amarelas simbolizam liberdade. Imediatamente desistiu do emprego. Interpretou que o trabalho seria o cerceamento da liberdade — e viu no voo das borboletas a confirmação de seu destino.
Ou seja, para justificar a preguiça, qualquer sinal serve.

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