GERAL
Tratado de Petrópolis: Para ter o Acre, Dom Pedro II vinha negociando com os bolivianos desde 1867
Uma longa negociação entre Brasil e Bolívia, iniciada no século XIX, chegou ao seu desfecho com a assinatura do Tratado de Petrópolis em 17 de novembro de 1903. O referido documento pôs fim à disputa entre brasileiros e bolivianos pela posse do território que posteriormente se tornaria o estado do Acre.
Na segunda metade do século XIX, colonos brasileiros começaram a ocupar a região do extremo oeste do território nacional, que pertencia à Bolívia, para realizar atividades extrativistas. Em 1867, foi assinado o Tratado de Ayacucho entre Dom Pedro II e o então presidente boliviano, General Mariano Melgarejo, estabelecendo limites territoriais e regras de relações comerciais entre os dois países.
Entre 1899 e 1902, a região foi palco de uma série de movimentos de resistência dos brasileiros contra a tentativa boliviana de tomar controle da área. O governo brasileiro, reconhecendo a região como parte da Bolívia, iniciou negociações para pacificar os conflitos regionais e alcançar um acordo com o país vizinho.
Em 1903, finalmente, um novo acordo foi firmado na cidade de Petrópolis, no Rio de Janeiro. Pelo Tratado de Petrópolis, ficou estabelecido que o Brasil cederia uma área entre os rios Madeira e Paraguai, no estado do Mato Grosso, em troca do Acre. O tratado também previa o pagamento de dois milhões de libras esterlinas à Bolívia e a construção da estrada de ferro Madeira-Mamoré.
O tratado foi aprovado pelo Congresso Nacional em 12 de fevereiro de 1904 e sancionado pelo então presidente Rodrigues Alves em 18 de fevereiro do mesmo ano. Esse acordo representou um marco na resolução pacífica de disputas territoriais entre os dois países e estabeleceu as bases para a configuração geográfica da região na época. Além disso, a construção da estrada de ferro foi uma das importantes medidas acordadas para promover o desenvolvimento da área. (Informações da Rádio Nacional)

