ÚLTIMAS NOTÍCIAS
Projeto do TJAC transforma realidade de reeducandas por meio do artesanato

O Tribunal de Justiça do Acre (TJAC), em parceria com o Instituto de Administração Penitenciária (Iapen) e a Federação das Associações Comerciais (Federacre), promoveu nesta quarta-feira, 26, às 9h, na sede do Judiciário acreano, a 2ª edição do projeto Produzindo a Liberdade, iniciativa que expõe e comercializa peças de artesanato confeccionadas por mulheres privadas de liberdade.
Integrando a programação da 31ª Semana Justiça pela Paz em Casa e a campanha 21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra a Mulher, a ação tem como objetivo promover autonomia, cidadania, possibilidades de renda e remição de pena para mulheres reeducandas dos regimes fechado e semiaberto da Unidade Penitenciária Feminina de Rio Branco.
No projeto, as mulheres recebem capacitação e orientação técnica para produzir artesanatos, como tapetes e acessórios de cozinha. Depois, os produtos confeccionados são comercializados em feiras e eventos de empreendedorismo feminino organizados pela Federacre. Os valores arrecadados nas vendas são revertidos para a compra de novos insumos, por exemplo: lã, fios de algodão, barbante, seda e agulhas de crochê e tricô.
Ato Solene
Durante a abertura, a vice-presidente do TJAC, desembargadora Regina Ferrari, destacou o caráter transformador do projeto: “Quando uma mulher privada de liberdade tece, borda, faz crochê, modela, pinta, costura, ela não está só produzindo objetos ou peças. Ela está reconstruindo a si mesma linha por linha, peça por peça, ponto por ponto. O artesanato, eu diria, é um modo de resistência, de dizer ao mundo: aqui estou”.
A magistrada também dirigiu uma mensagem às reeducandas: “este momento representa um marco de esperança contra a cinza das grades. Mesmo entre muros, a liberdade interior deve se manter intocável. Não há nada que nos amarre. Vocês, mulheres artesãs, provam isso a cada dia que nenhuma prisão pode encarcerar a criatividade e a dignidade do espírito humano. Suas mãos constroem mais que artesanato: constroem pontes. Continuem criando. Cada ponto dado é um passo em direção à mulher que vocês escolhem ser”. A coordenadora Estadual das Mulheres em Situação de Violência Doméstica e Familiar (Cosiv) e juíza auxiliar da Presidência, Louise Santana, ressaltou o impacto positivo da ação. “Nós visamos o fortalecimento, o empreendedorismo e o engajamento das mulheres privadas de liberdade. Hoje, elas conseguem saber a diferença do que é o recomeço, do que elas podem fazer depois que sair dessa situação [de cárcere]. Sabemos que as mulheres que estão também na condição de reeducandas sofrem violência de gênero de toda forma”, afirmou.
O presidente do Iapen, delegado Marcos Frank, representou o governo do Estado. Ele enfatizou a importância da cooperação interinstitucional em prol da ressocialização de reeducandas e reeducandos do Sistema Penal acreano. “É uma forma de proporcionar novas alternativas às pessoas que cumprem pena”, disse.
Participaram do lançamento desta 2ª edição do Produzindo Liberdade o coordenador suplente do Grupo de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário e Socioeducativo (GMF), juiz Eder Viegas; a vice-coordenadora da Cosiv, juíza Evelyn Bueno; o coordenador Criminal da Defensoria Pública do Acre (DPE/AC), defensor público Gustavo Medeiros; o diretor-tesoureiro da OAB/AC, advogado Renato Tavares, e a secretária de Estado Mulher (Semulher), Márdia El-Shawwa.
Ainda estiveram presentes a presidente da Associação das Mulheres Negras (AMN), Almerinda Cunha; e a diretora da Divisão de Estabelecimento Penal Feminino de Rio Branco, Jamilia Silva; além de servidoras e servidores do Judiciário acreano e da Polícia Penal.











