Acre fecha novembro com 42.009 veículos seminovos e usados vendidos, bem acima da média da Região Norte

O mercado de veículos seminovos e usados no Acre fechou novembro com queda de 11,7% frente a outubro, ao registrar 3.613 unidades comercializadas ante 4.090 no mês anterior. Apesar do recuo mensal, o estado mantém trajetória positiva no acumulado do ano, somando 42.009 veículos vendidos, um avanço de 17% sobre as 35.915 unidades de 2024. Os dados são da Federação Nacional das Associações dos Revendedores de Veículos Automotores (Fenauto).

Entre os segmentos, os automóveis responderam pela maior parte do mercado, com 1.459 vendas, queda de 7,9% sobre outubro, mas alta de 11,9% frente a novembro de 2024. As motos, tradicionalmente fortes no Acre, também recuaram no mês (–12,6%), mas mantêm crescimento anual de 12,6% (18.075 unidades). Já os comerciais leves tiveram queda acentuada de 17,4%, enquanto os pesados encolheram 25%, num reflexo da desaceleração da atividade logística regional.

Na comparação com a região Norte, o Acre ficou no meio da tabela. Tocantins liderou a pior retração mensal (–20,8%), enquanto Roraima foi o único a crescer (+19,1%). No acumulado do ano, porém, o Acre supera Amazonas (+15,9%), Rondônia (+12,7%) e Roraima (+16,6%), mantendo desempenho mais robusto que estados de maior mercado, apesar da escala menor.

Entre os modelos mais vendidos no estado, o VW Gol voltou ao topo com 116 unidades (7,95%), seguido de perto por GM Onix (113 / 7,75%) e Hyundai HB20 (88 / 6,03%). O ranking reforça a preferência acreana por compactos de baixo custo de manutenção e alta liquidez. Modelos como Fiat Uno, Mobi, Palio e Siena seguem representando fatias relevantes do estoque circulante, evidência de que o consumidor local continua priorizando preço acessível e facilidade de revenda.

Quando observadas as faixas de uso, os dados revelam um mercado amplamente dominado por veículos acima de quatro anos de uso. Os seminovos (0 a 3 anos) representaram 20,76% das vendas, enquanto os usados jovens (4 a 8 anos) responderam por 31,41%, e os maduros (9 a 12 anos) ficaram com 18,43%. Já os veículos mais antigos, os chamados “velhinhos” (13 anos ou mais), ganharam participação e já representam 29,39% das transações — reflexo direto do orçamento mais apertado das famílias e do preço ainda elevado dos novos.

Mesmo com oscilação mensal negativa, o Acre fecha novembro com indicadores mais saudáveis que a média regional. O desempenho acumulado — 17% de alta — supera o recorte Norte (20,6%) e mantém o estado num patamar de recuperação consistente. Para os revendedores, a combinação de crédito ainda caro, renda apertada e maior procura por opções populares tende a manter a força do mercado de usados ao longo dos próximos meses.