SAÚDE
Casos de micropênis em meninos estão aumentando? Estudo explica a origem da percepção
Pesquisa apresentada em congresso de urologia avaliou crianças e reforça que diagnóstico segue critérios técnicos, não impressão visual.

O micropênis é uma condição médica rara, com critérios diagnósticos bem definidos, e não há evidências de aumento de casos em crianças ou adultos. Um estudo apresentado no 40º Congresso Brasileiro de Urologia mostra, no entanto, que a preocupação com o tamanho do pênis infantil é frequente entre pais, mesmo quando o desenvolvimento está dentro da normalidade.
A pesquisa foi conduzida pela Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) e avaliou como pais e responsáveis percebem o desenvolvimento genital masculino na infância, comparando essa impressão com a medição feita por urologistas pediátricos.
Ao todo, 99 crianças foram avaliadas. Nenhuma apresentava micropênis. Ainda assim, 24% dos pais acreditavam que o tamanho do pênis do filho estava abaixo do normal, mesmo quando o exame médico mostrava desenvolvimento adequado para a idade.
O que o estudo mostrou nas crianças
Um dos principais achados do levantamento foi a diferença entre as medidas feitas pelos pais e aquelas realizadas por médicos especialistas. Em média, os responsáveis subestimaram o comprimento peniano em cerca de 2,5 a 3 centímetros.
Enquanto a medida média feita em casa foi de 3,64 centímetros, a avaliação médica apontou 6,18 centímetros —uma discrepância considerada clinicamente relevante.
Segundo os pesquisadores, o erro ocorre principalmente por desconhecimento da técnica correta de medição e por características anatômicas comuns na infância.
“O pênis se origina no osso do púbis, e a medida correta deve partir dessa base até a ponta da glande, com compressão da gordura da região suprapúbica. Quando isso não é feito, parte do pênis fica ‘escondida’, dando a falsa impressão de que ele é menor”, explica Andrioli.
O estudo também mostrou que crianças com maior peso corporal, circunferência abdominal aumentada e idade mais avançada têm maior chance de serem avaliadas pelos pais como tendo pênis pequeno, mesmo sem qualquer alteração médica.













