TJAC destinou mais de R$ 65 mil para o projeto que forma leitores dentro do sistema prisional e incentiva o hábito de ler e escrever
O programa Presídios Leitores foi contemplado com o edital de penas pecuniárias da Vara de Proteção à Mulher e Execuções Penais da Comarca de Cruzeiro do Sul. O recurso financeiro foi utilizado para aquisição de materiais de consumo e livros, que são utilizados nas práticas de leitura e produção textual promovidas no Complexo Penitenciário do Vale do Juruá.
A coordenadora do programa, professora Maria José Moraes, compartilha com orgulho o fortalecimento do trabalho: “Submetemos o projeto no edital e recebemos o recurso. Nós compramos os materiais de consumo e ainda estamos fazendo a compra de livros. Também vai ser possível pagar bolsas para os avaliadores de redação e coordenação técnica, que completam a operacionalização do projeto”.
Mais 240 títulos vão completar a biblioteca do local. “Nós já organizamos e inauguramos a biblioteca da unidade penitenciária feminina e lá realizamos rodas de leitura mensalmente. A atividade está suspensa, porque o prédio está em reforma e as reeducandas foram transferidas para Tarauacá”, explicou.
A iniciativa articula educação, literatura, cultura e humanidade. É possível ler um livro por mês. Após a leitura, os participantes escrevem um resumo ou reflexão sobre o livro lido. Esses textos são enviados aos avaliadores, que analisam a produção textual e confirmam que a leitura foi efetiva. Assim, a cada livro lido e corretamente comprovado com o resumo, são remidos quatro dias de pena. Isso significa que, se cumprir as leituras e produções corretamente, é possível reduzir vários dias da pena ao longo do ano.
De acordo com o registro de depósitos da Vara de Proteção à Mulher de Cruzeiro do Sul, o valor destinado foi de R$ 65.149,00. “O investimento realizado contribui de forma direta para a ressocialização dos apenados, ao fomentar o acesso à educação, leitura, e ao desenvolvimento intelectual, instrumentos reconhecidos pela Lei de Execução Penal como fundamentais à reintegração social”, afirmou a juíza Marilene Zhu.
O programa é realizado pelo Grupo de Investigação, Leitura e Vida (GIL) da Universidade Federal do Acre (UFAC). O Tribunal de Justiça do Acre (TJAC) é um dos apoiadores da iniciativa, juntamente com o governo do Acre, por meio do Iapen e Secretaria de Estado de Educação, Cultura e Esportes (SEE), o Instituto Federal do Acre (Ifac) e Academia Acreana de Letras.











