POLÍTICA
Políticos do Acre reagem a decisão do TSE de unificar no Brasil horário de votação
O acreano terá que ir às urnas nas eleições de 2022 em um horário inédito: das 6 da manhã as 15h. Isso porque o TSE decidiu nesta terça-feira, 14, que a votação será em um mesmo horário no Brasil todo. Com duas horas de diferença em relação a Brasília, o Acre foi o mais prejudicado, ao menos no entender dos políticos ouvidos pelo AcreNews.
Vamos ver a opinião deles:
Edvaldo Magalhães (PCdoB), líder da oposição na Assembleia Legislativa:
“Um erro. Um país Continental que tem vários fusos não pode querer enquadrar a todos pelo desejo de Brasília e da falta de caráter dos que insistem em ver fantasmas nas urnas eletrônicas. Mudar o horário para não ter que assistir o resultado um pouco mais tarde é de lascar. Aécio impôs seu descontentamento com a falta de votos”
Pedro Longo, líder do Governo na Assembleia Legislativa do Acre:
“Da forma como foi feita essa alteração, sem ouvir, sem considerar as ponderações da Assembleia Legislativa do Acre, do presidente do Tribunal Regional Eleitoral, eu tenho com uma desconsideração a pulação acreana. E também fico muito preocupado com as consequências disso, já que é possível que aumente substancialmente a abstenção eleitoral, sem contar com as dificuldades logísticas de mesários, que terão que estar às 5 da manhã e nós sabemos as dificuldades de transporte que isso acarreta. Enfim, temos nossas peculiaridades que não foram respeitadas. Então realmente eu lamento essa decisão e vamos estudar, vê se juridicamente é possível encontrar algum mecanismo, algum instrumento para que isso seja revertido e que não traga tanto prejuízo para a população acreana”.
Flaviano Melo, ex-governador e atualmente deputado federal:
“Essa alteração prejudica de maneira grave o comparecimento de eleitores nas zonas eleitorais.
Se nas últimas eleições já tivemos uma abstenção de quase 30% do eleitorado, imagine agora com esse novo horário restrito e irrazoável.
Se o Brasil inteiro votará das 8h às 17h, os acreanos não podem ser pressionados a acordar mais cedo e abrir mão do seu dia apenas para acelerar a logística da apuração”.
TSE consultou TRE do Acre, que se posicionou contra
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) aprovou, nesta terça-feira (14), que todos os Estados vão ter, nas eleições de 2022, o mesmo horário de início e encerramento da votação.
A proposta é seguir o horário oficial de Brasília, o que terá impacto especialmente no Acre, em razão da diferença de duas horas do fuso em relação à capital federal.
Normalmente, a votação começa às 8h e termina às 17h. Seguindo esse horário, os acreanos terão de começar a votar às 6h e encerrar a votação às 15h.
O relator do texto foi o ministro Edson Fachin. Em sua fala, o presidente do TSE, Luís Roberto Barroso, afirmou que sabia que esse seria um sacrifício imposto ao povo do Acre, mas defendeu a necessidade da medida.
“A diferença no horário de encerramento de votação produziu interpretações, teorias conspiratórias e problemas que gostaríamos de evitar para assegurar a tranquilidade do processo eleitoral brasileiro. Portanto, reconhecendo as dificuldades que possam advir, mas confiantes na boa vontade das autoridades e da população acreana, nós estamos encaminhando no mesmo sentido da proposição do ministro Edson Fachin e o TSE dará às autoridades eleitorais do Acre todo o apoio para adaptação das circunstâncias do processo eleitoral ao horário nacional”, disse.
O debate pela mudança no horário começou na semana passada, mas foi interrompido para que os ministros pudessem ouvir o Tribunal Regional Eleitoral do Acre (TRE-AC) sobre os impactos da mudança. O tribunal local, porém, foi contra a mudança.
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