EVANDRO CORDEIRO
COLUNA DO EVANDRO | Quem não conhece o PT que o compre
Sabe quando a gente era menino e fazia uma traquinagem cujo desfecho era um inevitável castigo, que ia de ficar de joelhos até uma boa surra? Pois é. No meu caso, e com certeza da maioria, quase sempre era impossível escapar do juízo aplicado por papai e mamãe, por mais liso que a gente, ou eu, fosse. No meu caso eu engendrei uma forma de, vez por outra, driblar a mamãe para conseguir, no máximo, adiar o castigo: consistia em aparecer mais tarde, bem mais tarde após meu delito, com a cara lambida, com uma conversa de bêbado para delegado, cujo objetivo era, nesse sambarilove, tentar fazer ela esquecer meu “crime”. Ou mulher da memória boa. O papai era outro, que também não esquecia. E não venha me falar que o pessoal da minha geração não viveu isso em casa. Era peia mesmo. Pois minhas trapalhadas da infância e adolescência não é mera coincidência em relação a como o velho e traquino PT está tentando se reapresentar aqui pelo Acre.
Os meninos danados ficaram 20 anos deitando e rolando, fizeram mesuras, até serem enxotados pelas urnas em 2018 sob as mais diversas acusações. Na ficha corrida deles só não há acusação de peixe frito. O castigo veio e eles até deram uma discreta desaparecida. Ficaram na moita um bom tempo. Agora mesmo, diante de um episódio em que a atual gestão sofre um fogo amigo, é denunciada e submetida a uma operação parecida com a G7 dos governos petistas, algumas “lideranças” do PT reaparecem. Alguns que haviam sumido em Dubai para comprar refrigerante surgem do nada, com suas caras lambidas, usando a minha velha tática de menino malino pra escapar da peia. Espertos, eles andam fingindo não ser eles, aqueles danadinhos que ferraram o Acre e o Brasil. A mamãe não esquecia das minhas traquinagens. Cedo ou tarde eu pagava o pato. Espero que o povo do Acre não esqueça e continue dando a esse grupo o mesmo desprezo que deu nas urnas em 2018 e 2020. Eles ainda não pagaram o pato pelo seu valor de mercado, uma vez que, no apagar das luzes de seus governos, para caracterizar bem o que foram no geral, deixaram os acreanos, entre outras, sem décimo terceiro e com salários atrasados. Quem não conhece que compre.
Cadê todo mundo?
O governador Gladson Cameli está sendo massacrado nas redes sociais, por causa de depósitos que recebeu em suas contas. Ele já disse que se trata de movimentações das empresas da família. Ele tem parte e recebe os depósitos para quitar seu cartão e que vai provar isso no decorrer da operação Ptolomeu. Mas isso foi o suficiente para desaparecerem os amigos do poder. O Estado tem cerca de 2 mil cargos comissionados, deputados da base beneficiados há três anos, mas está sendo massacrado por toda a manhã desta segunda-feira sendo defendido pelo repórter “Beijoqueiro”, o menos beneficiado no governo dele. Só uma pequena demonstração de como é a turma do gargarejo…
Mixaria
Eu conheço o governador Gladson Cameli da época quando ele andou em Rio Branco com o tio dele, Orleir. Era um meninão gordinho que falava em ser político. Mas conheci melhor quando ele decidiu ser deputado federal, em 2 mil e tarará. Um dia passamos um sábado todo discutindo sobre como seria o trabalho de imprensa dele em um apartamento no Manoel Julião, naquela véspera de campanha. Lembro que ele tinha muito dinheiro. Os pró-labores que retirava das empresas da família eram fortunas. Ele, a rigor, nem é tão vaidoso pelo dinheiro que tem. Sempre gostou muito de ajudar as pessoas e de comprar algumas bobagens. Já vi ele ser acusado de gastar com supérfluos, besteiras, em conversas mais fechadas. Aí os algozes deles apresentam nas redes o extrato de uma movimentação de R$ 1 milhão em três anos. Misericórdia. Uma ninharia. Pensei que ele fosse um perdulário. Agora para plagiar o ex-deputado Luiz Calixto: o valor é tão pequeno que a operação Ptolomeu não pediu nem o afastamento dele. E em ele sobrevivendo essa maré, os inimigos sabem o tamanho da lapada, porque o povo adora esse menino “gastão”.
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