POLÍTICA
Sindicato das Indústrias de Frigoríficos desmente deputada Mara Rocha, que disse em Brasília existir uma crise na pecuária do Acre
NOTA DE ESCLARECIMENTO
O Sindicato das Indústrias de Frigoríficos e Matadouros do Estado do Acre – SINDICARNES, vem por meio desta, se manifestar a respeito de divulgações de informações nas mídias sociais, principalmente às manifestadas pela Deputada Federal Mara Rocha – PSDB na Sessão Plenária do dia 04.02.22, o qual não retrata com a realidade do setor, ao afirmar que “uma crise que se inicia na pecuária do Acre e que vem gerando prejuízo aos produtores e a econômica do Estado”.
Neste passo, importa contextualizar a real situação: A Exma. Sra. Deputada Federal, fundamenta sua fala equivocadamente a possível “crise na pecuária”.
Da “ação inesperada pelo Frigorífico JBS” mencionado pela Deputada Federal: esclarecemos que se trata de meras férias coletivas de 20 dias, no qual iniciou-se 03/fevereiro/2022 a dia 23/fevereiro/2022, não gerou prejuízo ao setor, conforme podemos ver nos destaques a seguir expostos.
Referente ao cenário mercadológico do preço do boi no Estado do Acre, ocorreu uma baixa dos preços da arroba em nível nacional, conforme demonstrado abaixo, e não em função de paralisação de uma única planta frigorífica (férias coletivas), como por exemplo:
Os preços praticados hoje (07/fevereiro/2022), a arroba no Estado do Acre pelo frigorífico FRISACRE: BOI CAPÃO R$ 285,00 com 30 dias, BOI INTEIRO R$ 275,00 para 30 dias, e a VACA R$ 275,00 com 30 dias; e frigorífico BOI BOM: VACA R$ 275,00 com 30 dias.
Em comparação aos preços praticados no Estado de Rondônia, a arroba, no mesmo dia, pelo frigorífico JBS (Porto Velho): BOI CAPÃO/INTEIRO R$ 280,00 com 30 dias, e a VACA R$ 265,00 com 30 dias; e pelo frigorífico FRIGON (Jaru): BOI CAPÃO/INTEIRO R$ 278,00 com 30 dias.
O Estado do Acre hoje possui 21 unidades frigoríficas em atividade, sendo 03 com inspeção federal, 17 com inspeção estadual e 01 com inspeção municipal. Isto demonstra que as unidades frigoríficas possuem a capacidade suficiente para abater todo o gado do Estado do Acre.
Abaixo alguns exemplos da ociosidade de abate da indústria frigorífica acreana:
- Frigorífico FRISACRE, onde sua capacidade total de abate anual é de 120.000 animais, e em 2019: abateu 112.733 animais, em 2020: abateu 101.310 animais e em 2021: abateu 88.003 animais, o que reflete numa queda/ociosidade de 30% do abate, demitindo 50 funcionários e colaboradores ante a falta de animais.
- Frigorífico FRIGORDO, tem sua capacidade total de abate anual é 52.800 animais, e abateu em 2021: 9.290 animais, o que reflete numa queda/ociosidade de 82,4%;
- Frigorífico BOI BOM, tem sua capacidade total de abate anual de 37.440 animais, e em 2019: abateu 27.617 animais, em 2020: abateu 22.603 animais, e em 2021: abateu 14.144 animais, o que reflete numa queda/ociosidade de 63%.
Ao que se dá como um dos motivos da redução do abate no Estado do Acre, a evasão de gado a outros Estados, sendo objeto de várias investigações pelas autoridades competentes pela evasão fiscal, o que ocasiona prejuízo aos cofres públicos pelo não recolhimento dos impostos devidos, causando a falta de matéria-prima (boi e vaca) às indústrias frigoríficas.
Referente as escalas de abate das indústrias frigoríficas acreanas, temos em média de 10 dias.
Portanto, em razão do exposto, o SINDICARNES vê com preocupação e alerta sobre a possível redução de pauta, a qual poderá ocasionar prejuízos, demissões de funcionários e fechamento de frigoríficos.
Sindicato das Indústrias de Frigoríficos e Matadouros do Estado do Acre – SINDICARNES.
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