POLÍCIA
Em mensagens de áudio na Internet, liderança do Comando Vermelho diz que vai começar nova guerra e matanças entre facções rivais no Acre
Pastor e vereador que ajudou a construir armistício entre rivais, se limita a dizer: “Meu Deus!”; De 2016 para cá, mais de cinco mil pessoas já morreram no confronto
Por Tião Maia, para AcreNews
Um novo derramamento de sangue entre facções criminosas, com o registro de assassinatos de lado a lado, pode ser iniciado em todo o Acre nas próximas horas, segundo revela um áudio distribuído em grupos de WhatsApp e vazado em outras redes sociais. No áudio, uma pessoa que se diz do Comando Vermelho e em elevado posto de comando diz que de novo “vai começar a guerra”, após um armistício entre a facção concorrente “Bonde dos 13”.
O cessar fogo entre as duas facções, que já perdura faz alguns meses, foi o primeiro após uma longa guerra iniciada em 2016, quando o fenômeno começou a ser registrado no Acre e que já matou, pelos cálculos dos organismos de segurança, pelo menos cinco mil pessoas, com baixas de lado a lado. O cessar fogo entre os dois grupos é atribuído à atuação do vereador e pastor evangélico Arnaldo Barros (Republicanos), que teria inserção junto aos criminosos pelo trabalho de sua Igreja, de nome “Geração Eleita”, dentro dos presídios. Foi o vereador e pastor que, no ano passado, anunciou o cessar fogo entre as duas facções rivais durante trabalho de evangelização dentro do presídio. Na noite desta quarta-feira (23), informado da existência do áudio anunciando a nova guerra, o vereador limitou-se a dizer: “Meu Deus!”.
No suposto áudio atribuído ao chefão do Comando Vermelho, a motivação do reinício da guerra seria uma reação e recentes ataques de soldados do Bonde dos 13 contra os rivais do Comando Vermelho. “Eles tentaram nos últimos dias tirar a vida de muitos de nossos irmãos. E sangue paga-se com sangue”, diz o áudio que circula em redes sociais.
Coincidência ou não, o anúncio de nova guerra entre as facções é anunciado no momento em que os organismos de segurança, envolvendo o Instituto de Administração Penitenciária (Iapen), o Poder Judiciário e o próprio Ministério Público do Estado do Acre (MPAC) anunciam a transferência de pelo menos 24 presos considerados de alta periculosidade, que seriam os comandantes das duas facções, para presídios federais de segurança máxima fora do Acre. A transferência desses presos para outras unidades da Federação, um assunto tratado como segredo de Estado, começaria a ser feita hoje.
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