GOSPEL
Vila Caquetá, em Porto Acre, para neste domingo, 10, para assistir ao casamento de dois viúvos, ele de 103 anos, ela 58
Evandro Cordeiro para o AcreNews
A Vila Caquetá, uma das quatro cidades que formam o município de Porto Acre – as outras são Vila do Incra, Vila do V e Cidade velha -, vai parar neste domingo, 10. É que maioria dos cerca de três mil moradores querem assistir a um inédito casamento, o sim e sim entre os viúvos Jair Ferreira dos Anjos e Raimunda da Silva Costa. Tanta curiosidade não é sem razão. O noivo, que está a semana inteira ansioso, tem nada menos que 103 anos e está na terceira viuvez. Ela, também viúva, tem 58 anos, uma jovenzinha, ao menos em relação ao futuro esposo.
Apesar da idade de 103 janeiros, segundo ele bem vividos, o diácono da igreja Assembleia de Deus Jair Ferreira não está tão seguro assim, nessas horas que antecedem a festa. “Ele está é ansioso”, dedura o pastor presidente da igreja, Gesse Cordeiro, que será o juiz de paz e casará o obreiro neste domingo em cerimônia marcada para às 9 da manhã, no templo sede, uma suntuosa igreja azul localizada as margens da estrada que liga o Acre ao Amazonas, na cidade de Boca do Acre, no quilômetro 72, na Vila Caquetá. Embora tenha ficado viúvo três vezes, o irmão Jair tem declarado seus sentimentos a pretendida desde a última sexta-feira, quando casaram no cartório. “É lindo de vê”, diz o pastor, notadamente também ansioso para a hora da cerimônia.
Nascido no município de São João Evangelista, Minas Gerais, em 23 de agosto de 1918, o noivo tem descendência africana. Sobre seu passado, é tudo o que a reportagem do AcreNews Gospel conseguiu apurar. Hoje é um homem aposentado e mesmo assim não dispensa trabalho. Não gosta de ficar parado. Antes de diminuir o ritmo de trabalho, no entanto, o irmão Jair esteve bem ativo por quase um século. “Ele é um homem muito trabalhador”, dizem obreiros colegas dele da igreja onde prestam serviços para o Reino de Deus.
Antes de desembarcar no Acre, em 1986, o irmão Jair deu um ‘rolê’ pelo Brasil, depois de deixar sua cidade natal, São João Evangelista. Morou no Espírito Santo, desceu pra Rondônia, onde viveu em dois municípios, Pimenta Bueno e Rolim de Moura. Aqui foi morar as margens do Rio Iquiri, na BR-364. Chegou viúvo da primeira esposa. Casou em 1989, ficou viúvo outra vez, o mesmo acontecendo com a terceira esposa dez anos depois. Quando disser o sim amanhã, ele estará se unindo a quarta mulher, cuja diferença de idade é de 50 anos, um dado que tornaria improvável outra viuvez, se a vida fosse assim, lógica. De todo modo, essa não é a preocupação dele, nem dela. Ambos estão esperando a hora de o pastor Gesse abrir o culto para que eles se unam em uma só carne e partam para a lua-de-mel. O resto, segundo eles, é com Deus.
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