ESPORTE
Mesmo desempregado, professor Cleicimar leva Kung Fu e Kickboxing para crianças carentes com um único objetivo: incluí-las
O professor de Kung Fu e Kickboxing, Cleicimar Silva de Araújo é um dos poucos desempregados do Acre que dá preferência a resolver a situação do próximo ao invés da própria. Ele separa dois dias da semana para dedicar a um batalhão de crianças do bairro Vitória, periferia da capital, necessitadas se inclusão, facilitada por meio do esporte, segundo acredita. A Polícia Militar cedeu a ele um espaço dentro do Batalhão localizado naquela região, onde ele improvisou um tatame.
Cleicimar Silva é um vencedor, mesmo desempregado. E ele explica essa incongruência. “Me realizo ao levar o esporte a essas crianças, que não têm muita alternativa para sair da situação de insegurança em todos os sentidos”, diz.
Nessa brincadeira de bom gosto, o professor Cleicimar Silva começa a encaminhar muitos garotos, que estão tomando gosto pelas artes marciais. Entre os alunos é possível verificar os ‘diferentes’, que vão se sair bem no esporte. “E é pra isso que eu vou lá, levar essa esperança”, conta.
Antes de virar o professor Cleicimar, graduado em faixa preta, tem toda uma história. E ela se parece com a de maioria de seus alunos. Mesmo com as dificuldades de quem não nasceu em berço de ouro, ele aproveitou oportunidades e começou a treinar forte aos 11 anos. Não é fácil ser chamado de professor, segundo ele. Por isso incentiva os garotos a se entregarem para as artes marciais. “Meu objetivo é treinar essas pessoas que não tem condições de pagar uma academia e ajudar a transformar a vida delas, porque esse esporte muda tudo na pessoa. Ele ajuda o corpo e a alma”, frisa o professor.
Aos 38 anos, casado, pai de um filho, Cleicimar Silva sonha com o emprego, uma garantia para qualquer pai de família. O currículo é bom e está espalhado por toda a Rio Branco. É esperar para ver se há nos outros o mesmo espírito de solidariedade que faz ele, sem nenhuma renda, se deslocar duas vezes por semana para levar esperança a centenas de crianças desassistidas. “Enquanto o emprego não chega contínuo dando aula pra turma carente. E quando chegar vou continuar fazendo o mesmo esforço, se Deus quiser”, diz o graduado professor.
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