EVANDRO CORDEIRO
COLUNA DO EVANDRO | Pós-convenção: candidatura de Jorge Viana, do PT, pode despertar voto útil em Gladson Cameli
As convenções partidárias ocorridas nesta sexta-feira, 5, colocaram fim ao ar de mistério que pairava na cabeça do eleitor. A partir de agora todo mundo sabe quem é quem na disputa pelo Palácio Rio Branco e, assim sendo, as próximas pesquisas podem trazer a lume um cenário bem mais real, desanuviado. O eleitor não tem mais razão esconder sua preferência. Só é preciso esperar um pouco, uma semana, quem sabe, para se ter esse panorama novo.
As apostas daqui para frente podem apontar várias tendências e uma delas deverá ser a mais marcante, a questão do voto útil no governador Gladson Cameli (PP). Aquele sujeito que rejeita o PT, veementemente, ainda em grande número, segundo todas as pesquisas levantadas já esse ano, certamente não vai mais querer partir para uma aventura pela direita, apostando em dissidentes do Governo. Esse eleitor vai entender que o PT ficou longos 20 anos no poder e isso lhe deu capilaridade. Tem muita gente com saudade, não das gestões deles, que deixaram a desejar nos últimos dez anos, mas das benesses dos cargos que uma gestão pode patrocinar.
Passadas as convenções o eleitor vai dar uma nova viajada, reparar melhor na gestão do governador Gladson e provavelmente vai entender que, apesar da pandemia, e por causa dela, se descobriu nele um tipo de líder diferente, com uma empatia invejável, talvez uma das maiores razões de ele ter perdido maioria dos aliados de 2018. O elemento ajudou a elege-lo há quatro anos imaginando um cenário desastroso, com abertura de vagas para a sua cadeira. Eis que ele aparece fazendo uma boa gestão da pandemia e, pior, para quem tem pretensões de sucede-lo: mudando a situação dos servidores públicos e criando uma relação com gente que nenhum outro governador teve na história do Acre. Nesse sentido Cameli é um fenômeno. Resultado: em dez dias mais ou menos vamos saber, pelas pesquisas, se o eleitor vai ter coragem de apostar numa aventura correndo o risco de o PT voltar ou se, como sempre faz, vai de voto útil, cravando em Cameli, único capaz de parar os petistas.