ACRE
Trilha Chico Mendes é a aventura predileta de americanos e europeus, mas pouco conhecida pelos acreanos
Foto: Duda Menegassi
Localizada na Estrada do Pacífico e fechada devido a pandemia, até junho estará reaberta
Leila Ferreira, especial para o Acrenews
O interior do Acre tem tanta beleza explorada por americanos e europeus, mas totalmente desconhecida pela maioria dos acreanos. Sim, pelo nativo de um dos Estados mais verdes do Brasil.
A Trilha Chico Mendes é um exemplo acabado. Localizada na circunscrição do município de Brasileia, mas bem mais próxima de Assis Brasil, na divisa com o Peru, a trilha começa no quilômetro 75 da BR-317, também conhecida como Estrada do Pacífico.
Pela selva, os trilheiros percorrerem 80 quilômetros voltando, para sair à margem da BR, no quilômetro 59. É certo que está fechada desde o início da pandemia, mas até junho deverá ser reaberta para as aventuras, segundo os últimos acertos do ICMBio, responsável principal pelo funcionamento.
A trilha foi visitada por turistas de outros estados do Brasil, bem como por aventureiros de outros países, principalmente Estados Unidos e Europa. Para se ter uma ideia, só em 2019, mais de 200 turistas visitaram a trilha, alguns grupos fazem a trilha toda, outros, só parte dela. A parte mais visitada é a primeira fase, onde existe uma infraestrutura melhor do que nas etapas seguintes.
Além de um balneário, um espaço mais amplo no meio da floresta, tem restaurante e é possível chegar de carro. O local pertence à família do seringueiro aposentando Edmar Paulino, seu Dimas, uma espécie de guia turístico. Ele faz toda uma explanação da propriedade que pertence a Reserva Extrativista Chico Mendes.
“Recebemos turistas do mundo inteiro. São pessoas que querem conhecer a Amazônia, os costumes do nosso povo. Recebemos pessoas para fazer todo o percurso da trilha ou para passar o final de semana lá em casa, onde servimos almoço, janta e café da manhã e apresentamos a parte de reflorestamento com árvores florestais e frutíferas, com quase seis hectares reflorestadas. Lá produzimos sem o uso do fogo, só com leguminosas que deixam a terra mais rica e recuperada para o plantio da agricultura familiar. Neste espaço o turista vem passar o final de semana, pesca, anda na floresta, conhece a apicultura, anda de canoa e fazemos o melhor para recebê-lo”, disse seu Dimas ao Acrenews.
Fotos: Leila Ferreira e Marcos Vicentti
O seu Dimas é responsável pelo agendamento dos turistas que querem fazer a trilha. Os quase 90 quilômetros são percorridos na companhia de um guia turístico, capacitado pelo ICMBio, em parceria com a Secretaria de Turismo do Acre. Os visitantes caminham um trecho durante o dia e pernoitam na casa dos seringueiros, onde dormem e fazem suas refeições, gerando renda para os nativos.
A Trilha está há mais de um ano parada devido a pandemia do novo coronavírus, que causa a Covid-19. Mesmo assim a procura tem sido grande, segundo os moradores. Para que volte a acontecer novamente, é necessária a manutenção que antes sempre foi feita pelo ICMBio e o apoio das comunidades. No momento os caminhos estão “sujos”, como chamam os seringueiros o crescimento do mato no meio do caminho.
“A maior necessidade é a infraestrutura em algumas partes da trilha, como situação sanitária e estrutura de hospedagem”, admite seu Dimas. Uma tratativa com o ICMBio e a Secretaria de Turismo pode garantir o passeio já a partir de junho. Só depende de boa vontade.
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