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Nova crise migratória pauta debate entre pesquisador e MPAC
O Ministério Público do Estado do Acre (MPAC), representado pela coordenadora do Grupo de Atuação Especial em Contextos Migratórios (Gaemig), procuradora de Justiça Kátia Rejane, recebeu na manhã desta quarta-feira (08) a visita do professor e pesquisador da Universidade Federal do Acre (Ufac) Foster Brown, para discutir o risco de uma possível crise migratória de peruanos para o estado, diante dos protestos no país que pedem a renúncia da presidente Dina Boluarte.
O pesquisador abordou especialmente a situação da cidade vizinha de Puerto Maldonado, que vive um isolamento por conta do bloqueio de estradas, resultando em aumento de preços de alimentos, escassez de combustíveis e a possibilidade da crise política evoluir para uma guerra civil. Algo que, segundo ele, pode levar a uma nova leva de migração para o Brasil através do Acre, reforçando a importância do estado estar preparado para essa e outras situações similares.
“O atual cenário no Peru é preocupante, com isolamento e conflitos sociais marcantes. A divisão da sociedade é forte e o país corre o risco de caminhar para uma guerra civil. É importante que o Estado do Acre esteja preparado para possíveis migrações e tenha um plano de contingência, que possamos aprender com erros do passado para não os repetir. Sonhamos com uma defesa civil proativa, com mais recursos para poder atuar”, afirmou o pesquisador.
A coordenadora do Gaemig expôs a atuação do grupo em contextos migratórios, que no ano passado capitaneou pactos entre os poderes para melhorar as condições de acolhimento e assistência aos migrantes, com um fluxo de atendimento até a interiorização, além da criação de um abrigo em Brasileia. Ela ressaltou a importância de trabalhar também na prevenção e agradeceu a visita do pesquisador para ajudar a pensar em ações futuras.
“É importante iniciarmos um diálogo mais aprofundado com a defesa civil estadual e dos municípios que recebem migrantes, promovendo uma reunião para pensar em possíveis medidas, bem como realizarmos uma avaliação de nossas ações em eventos passados e o que precisamos melhorar. Além disso, é fundamental a elaboração de um plano de contingência para enfrentarmos essas possíveis crises de maneira mais eficaz. É nossa obrigação ajudar a garantir o atendimento adequado e os direitos humanos desses migrantes”, frisou.
[ASSESSORIA]