RAIMUNDO FERREIRA
Coluna do Professor Raimundo Ferreira | Existência Eterna
Seja através das boas leituras, seja através da apresentação oral de bons conteúdo por especialistas, seja através do exercícios práticos de aprendizado, entre outros meios, nossa existência apresenta-se como um contínuo e infinito aprendizado. No entanto, para que estes ensinamentos sejam absorvidos em quantidade e qualidade necessária e suficiente, devemos nos empenhar o máximo para que os conteúdos sejam internalizados em nossa essência e por mais estranho que possa parecer, a dor e o sofrimento apresentam-se como os elementos didáticos da maior importância nesse processo, especialmente, quando se trata da perda súbita de pessoas de nosso íntimo convívio e que a princípio apresenta-se como algo insubstituível.
Nessa condição trágica o aprendizado ocorre exatamente quando nos encorajamos, reunindo forças e entendendo que devemos seguir em frente e de certo modo compreendendo que o corpo físico não pertence, nem a si próprio, nem a ninguém, mas sim, à natureza e todos estamos aqui usando por empréstimo, e a sensação desagradável e aparentemente insuportável da perda, acontece porque criamos cumplicidade, afeição e afinidade, quando alguém une-se a nós, da mesma forma, quando nós nos unimos à alguém e destas relações vão se forjando laços tão fortes, que inclusive na expressão máxima denominamos de AMOR, e diante desse contexto ficamos hipnotizados e acreditando que estas relações e convívios vão durar para sempre. O filósofo indiano do século passado, Sri Ram, descrever que vivemos, ou melhor, navegamos nesse mundo com uma barca emprestada, que é nosso corpo físico e precisamos construir nossa barca própria para que não pereçamos, logicamente não significa construir um corpo físico sobressalente, mas sim, crescer na vida adicionando valores, tipo a solidariedade, a honestidade, a misericórdia, a caridade, boas amizades etc., na verdade são esses valores que eternizam o ser humano e quem obter respeito através deles, certamente não morrerá, pois, junto a seus descendentes diretos, dos amigos e das pessoas que de alguma forma travaram conhecimentos com e sobre sua pessoa, cuidarão de o manter sempre vivo juntamente com seus feitos