GERAL
Em artigo, ex-vereador de Plácido de Castro escreve sobre caridade e publicidade em meio ao caos
Não são poucos os movimentos e ações do povo Acreano na tentativa de ajudar seus irmãos e amigos dado as fortes cheias que assola o território em especial nossa capital Rio Branco. O que se ver são gestos de solidariedade de um povo que diante do sofrimento com a catástrofe natural se solidarizam uns com os outro em busca de forças pra superar tamanho desespero de muitos.
Não bastasse a pressa de todos em retirar seus pertences e animais de estimação antes que tudo se perca nas cheias, são parados em seus trajetos para receberem sacolões e talvez alguns materiais de limpeza.
Até aí tudo bem. Toda ajuda é bem vinda. Ocorre que junto com alguns sacolões vem um político com sua equipe midiática com flashs, tudo pra registrar nas redes sociais e exibir o troféu do sofrimento como se eles estivessem fazendo favores aos necessitados, senão vejamos: Um senador com um sorriso exagerado, alegremente passeando numa aeronave, sobrevoando ao lado de um ministro como que lá de cima resolvessem o problema de todos os necessitados.
Uma ministra da terra com seus colares de sementes da floresta e vestimentas combinando, tirando fotos ao lado de políticos conterrâneos como se fosse uma celebridade e anunciando junto com seu colega a liberação de um milhão e quatrocentos mil reais como se desse para amenizar tamanho sofrimento de nossa gente. Enquanto antes seu chefe já tinha liberado mais de cinco milhões pra uma só celebridade.
Que disparate. Registre-se também um prefeito com o pescoço atolado por dois sacolões, ofuscando teu rosto e aflorando a hipocrisia com o desfile nas ruas acompanhado de seus paparazes e/ou puxa-sacos de plantão, tudo pra tirar uma fotografia no ato da entrega e publicarem como publicidade já que a caridade não sobrepôs o afã de sua “necessidade de aparecer” diante da tragédia e sofrimento de muitos que são apanhados para servirem de troféus da hipocrisia humana e do oportunismo mau caráter de políticos que querem fazer do cargo um trampolim pra suas promoções pessoais.
Por outro lado, isolado disso tudo vimos um governador antes bombardeado por muitos que se dizem amigos, fazendo seu verdadeiro papel de gestor sem alardes determinando sua equipe que o socorro e ajuda tem que vir primeiro dispensando as fotografias e troféus do sofrimento, dando o nítido recado que caridade não deve gerar publicidade.
O Acre pede socorro.
[Assessoria]