POLÍTICA
Marcio Bittar critica uso de “dois pesos e duas medidas” pelo governo do PT
O senador Márcio Bittar (União-AC), criticou na tarde desta terça-feira (18) o uso do que chamou “dois pesos e duas medidas” pelo governo do PT no que diz respeito à invasão de terras públicas e à depredação do bem público.
Em discurso na tribuna, Bittar disse que é preciso punir os responsáveis pelos atos antidemocráticos de 8 de janeiro, mas ressaltou que é preciso separar “o joio do trigo”.
“No passado não muito distante, a turma que é considerada de direita, quisemos aprovar no Congresso Nacional a lei que tipifica depredação pública como ato terrorista, invasão de propriedade privada e, à época, a esquerda, uníssona, foi contra e barrou o projeto, porque entendia que aquilo tinha um endereço correto, um endereço certo, que era o MST”, afirmou o senador.
Segundo ele, é necessário garantir o direito constitucional das pessoas se manifestarem livremente e não tratar manifestações pacíficas, democráticas como ações extremas e violentas.
“No Acre, por exemplo, tem sete pessoas ainda presas, duas mulheres, cinco homens, que não estiveram nos atos. Eles estavam, como outras tantas pessoas, manifestando-se por conta própria, sem estrutura econômica por trás, manifestando a sua indignação, que é legítima, em frente ao quartel do Exército no Acre. Quer dizer, essas pessoas não depredaram nada e continuam presas, pessoas que são pais de família, que são os provedores da sua casa, sem terem o que levar de alimento”, frisou.
Bittar citou a intenção do governo federal de editar uma medida provisória para mudar a Lei das Estatais, permitindo, por exemplo, a nomeação de políticos para cargos nos conselhos e na diretoria de empresas públicas.
Sobre a celeuma envolvendo o presidente da Agência de Promoção de Exportações do Brasil (Apex Brasil), Jorge Viana, que mudou o estatuto da empresa para permanecer no cargo sem falar inglês, Bittar disse que, se o fato tivesse ocorrido no governo Bolsonaro, a repercussão no Acre teria sido bem diferente.
“Se fosse eu, no governo do Bolsonaro, indicado para a Apex, e depois descobrissem, no meu estado, que eu não tenho curso de inglês, eu estava apanhando de manhã, de tarde e à noite. Isso não acontece com o ex-senador Jorge Viana. Além disso, estariam dizendo que eu estou ajudando a macular a página do Acre e mais um pacote de denúncias. Ou seja, mudam o estatuto para se beneficiar e indicam três ou quatro amigos, companheiros de jornada, para ocupar cargos tão importantes e fica tudo bem. Então, são pesos e medidas diferentes”, concluiu.